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Investigação absolve soldados americanos de massacre no Iraque

Inquérito sobre a morte de 11 iraquianos durante a invasão americana na vila de Ishaqi, concluiu que os soldados agiram de acordo com as regras de combate

Por Agencia Estado
Atualização:

A investigação militar sobre as alegações de que soldados americanos mataram intencionalmente civis iraquianos na aldeia de Ishaqi em 2005, inocentou os soldados da acusação de má conduta, apesar das recentes imagens mostrando as supostas vítimas do massacre, informou um porta-voz do Exército dos Estados Unidos nesta sexta-feira. Um general do Exército afirmou que a investigação sobre a morte de 11 iraquianos durante a invasão americana na vila de Ishaqi, ao norte da Bagdá, apontou que os soldados agiram de acordo com as regras de combate no Iraque. O general William Caldwell disse que houve uma "investigação completa que revelou que o comando, enquanto capturou e matou terroristas, operou de acordo com as regras de combate das tropas no Iraque". Caldwell informou, por meio de um comunicado, que a ação em Ishaqi resultou na captura do líder da Al Qaeda no Kuwait, Ahmad Abdallah Muhammad Nais al-Utaybi, também conhecido como Hamza Hamza, e na morte de Abu Ahmed, um iraquiano envolvido na fabricação de explosivos caseiros e no recrutamento de insurgentes. Segundo ele, uma busca posterior encontrou o "corpo de Abu Ahmed e mais três combatentes", enquanto um dos "investigadores concluiu que pelo menos nove mortes colaterais resultaram da ação". O militar não especificou quais as causas das mortes. A investigação sobre o ataque contra a vila de Ishaqi, em março de 2005, concluiu que os soldados americanos seguiram procedimento normais ao aumentarem o nível da força quando sofreram um ataque ao se aproximarem de um prédio, onde supostamente estaria escondido um terrorista da Al-Qeda. De acordo com a versão do Exército, uma força-tarefa conduziu uma busca noturna no dia 15 de março de 2005. Depois de serem alvejados por tiros vindos de um prédio, os soldados pediram reforço aéreo que atacou e demoliu o edifício. Contudo moradores da aldeia afiram que 11 pessoas morreram e sustentam que elas foram mortas por soldados americanos antes do ataque contra o prédio. Um funcionário do Departamento da Defesa afirma que a investigação sobre as circunstâncias do ataque em Ishaqi revelou que quatro pessoas foram mortas no prédio pelas forças americanas, incluindo duas mulheres e uma criança. As conseqüências sangrentas do ataque foram capturadas em vídeo por um cinegrafista da emissora de TV AP. AS imagens mostram pelo menos um adulto e quatro crianças com ferimentos profundos na cabeça, que podem ter sido causados por balas. Uma da crianças possui uma evidente perfuração no abdome e perto das paredes que sobraram intactas ainda podem ser vistas cápsulas e buracos de balas. Mesmo assim, Caldwell disse que a Divisão de Investigações Criminais do Exército revisou os resultados da investigação e não encontrou motivos para sondar mais profundamente a questão. Outras investigações O inquérito sobre o massacre em Ishaqi fez parte de uma série de investigações conduzidas pelo Exército sobre possíveis condutas impróprias de seus soldados em pelo menos três circunstâncias diferentes. Dois investigadores estão examinando relatos de que soldados americanos mataram vinte e quatro civis desarmados na cidade de Haditha, em novembro do ano passado, como uma vingança pela morte de um de seus companheiros em um atentado. Em outro caso, sete fuzileiros navais podem ser processados por assassinato, seqüestro e conspiração pela morte de um iraquiano no oeste de Bagdá em abril. Mais de 4 mil iraquianos foram vítimas da violência no Iraque este ano. Somente em maio, 936 pessoas morreram segundo a contagem da agência AP. Dentre os mortos, são os civis, e não insurgentes que engrossam as estatísticas.

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