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Investigação do FBI por enquanto não deu em nada

Por Agencia Estado
Atualização:

O FBI - a polícia federal norte-americana - já realizou centenas de prisões e reuniu uma enorme quantidade de indícios, mas, até agora, foram detidos poucos suspeitos de cumplicidade com os ataques terroristas de 11 de setembro contra Nova York e Washington. Um primeiro balanço da mais ampla investigação da história evidencia outro fato: nenhum dos cúmplices dos 19 terroristas foi individualizado, mas há sinais de temor de novos ataques, desta vez com armas bacteriológicas, radiológicas ou nucleares. Os números da investigação, preparada por um exército de 7.000 agentes do FBI, possuem três ou quatro dígitos: 352 pessoas foram detidas; mais de 400 foram procuradas para interrogatório; e 3.400 intimações foram emitidas em todos os Estados Unidos. Até o momento, nada Mas, apesar de tudo, como confessou ao The New York Times uma fonte anônima ligada às investigações, "até o momento não conseguimos relacionar nenhuma dessas pessoas com as outras 19". É uma realidade que preocupa, inclusive porque está ligada ao estado de alerta ordenado devido aos riscos que os Estados Unidos ainda acreditam correr. "Descobrimos diversos indivíduos. Entre eles, estão pessoas que podem ter relações com os seqüestradores, que tentaram obter de forma fraudulenta autorização para o transporte de materiais perigosos", revelou o ministro da Justiça dos EUA, John Ashcroft. Experiências com cianureto Os terroristas teriam tentado apoderar-se de aviões agrícolas. Na Flórida, chegaram a obter diretamente um empréstimo junto ao Ministério da Agricultura para comprar um desses aviões. Após dois dias de suspensão, o vôo de aeronaves agrícolas voltou a ser permitido nos Estados Unidos. Segundo o testemunho de membros arrependidos do Al-Qaeda, o último dos quais é o argelino Ahmed Ressam, foram realizadas experiências com cianureto em campos de treinamento no Afeganistão com o objetivo de utilizar a substância como arma de destruição em massa. O serviço secreto também levantou a possibilidade de o milionário saudita Osama bin Laden, principal suspeito dos ataques de 11 de setembro, ter em seu poder armas radiológicas ou nucleares. Usinas nucleares Nos Estados Unidos, cresce a preocupação com a vulnerabilidade das 103 centrais nucleares do país. Especialistas pedem que elas sejam protegidas por baterias antiaéreas, pois um ataque suicida semelhante aos ocorridos em Nova York e Washington traria conseqüências apocalípticas. Neste cenário, a fracassada individualização dos cúmplices dos terroristas preocupa os investigadores. "O FBI advertiu todas as organizações de segurança de que continuem em estado de alerta", informou Ashcroft. No entanto, aumenta a pressão relacionada com as investigações principalmente nos aeroportos, onde são estudados os antecedentes de todos os funcionários. Auxílio externo Há muitas pistas que fazem pensar na possibilidade de os seqüestradores não terem levado a bordo as facas utilizadas para dominar a tripulação e alguém ter colocado as armas sob seus assentos. Duas armas do tipo foram encontradas em outros dois aviões que ficaram em terra no dia 11 de setembro, um dos quais deveria seguir rumo à Europa. Até o momento, o único personagem individualizado pelo FBI que poderia estar diretamente relacionado com os terroristas é Zacarias Moussaoui, detido nos Estados Unidos desde 17 de agosto. O FBI acredita que ele poderia ser o 20º integrante do grupo que realizou os ataques. Não levou a nenhum lugar a pista contra o médico saudita que vive no Texas, Al-Badr Al-Hamzi. Suspeitava-se de que ele teria vínculos com os terroristas. Mas ele já está em liberdade.

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