Investigação prova uso de armas químicas na Síria

As informações fazem parte de documentos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq)

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Por Jamil Chade - Correspondente e Genebra 
Atualização:

Mesmo após o compromisso internacional, assumido em 2013, de não usar armas proibidas, o governo Bashar Assad despejou sobre sua população produtos químicos em pelo menos três ocasiões desde 2014. As informações fazem parte de documentos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq). 

Diversas crianças ficaram feridas após um suposto ataque químico no norte da Síria Foto: AFP PHOTO / Mohamed al-Bakour

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Membros de alto escalão confirmaram ao Estado, sob condição de anonimato, que novas amostras estão sendo trazidas da Síria e, nas próximas semanas, devem determinar que tipo de substância e de que forma foi usada contra a população. Além de Assad, a entidade confirma que o Estado Islâmico também recorreu a produtos tóxicos em uma ocasião. O uso de armas químicas é considerado crime de guerra. 

Nos últimos dias, os governos de Damasco e Moscou têm declarado que Assad não recorre a armas proibidas, nem tem estoques delas. Mas relatórios confidenciais entregues no final do ano passado ao Conselho de Segurança da ONU mostram exatamente o contrário. Desde 2013, a Opaq mantém um grupo de peritos na Síria para examinar o cumprimento dos acordos e investigar eventuais incidentes. No total, ela examina dez casos. 

Segundo a organização, as forças sírias foram responsáveis por três ataques – em 21 de abril de 2014, em Talmenes; em 16 de março de 2015 em Qmenas e um ano depois, foi a vez a cidade de Sarmin ser alvo de helicópteros que despejaram bombas que, ao atingirem o solo, liberaram substância tóxica – no caso em questão, cloro.

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