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Investigação sobre conflito no Líbano pressiona Olmert

Imprensa revelou que relatório da guerra compromete primeiro-ministro israelense

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, está sendo pressionado devido à investigação que seu próprio governo encomendou para avaliar os erros no conflito contra a milícia xiita libanesa Hezbollah, em julho e agosto de 2006. A comissão investigadora, chefiada pelo juiz Eliezer Winograd, deverá anunciar em abril as suas primeiras conclusões. Mas a imprensa já revelou que o relatório compromete Olmert, o ministro da Defesa, Amir Peretz, e o ex-comandante das Forças Armadas, o general da reserva Dan Halutz. A Comissão Winograd não tem poderes para recomendar um processo ou a destituição dos responsáveis. Mas o impacto moral será importante. Alguns analistas parlamentares afirmam hoje que o relatório, esperado para a segunda metade de abril, determinará o futuro político de Olmert. Políticos da oposição esperam uma mudança de governo mesmo antes das eleições prévias, com o "retorno" de legisladores e ministros do Kadima ao partido direitista Likud, do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Milhares de reservistas da invasão do Líbano, que durou 34 dias, entre 13 de julho e 15 de agosto, têm exigido a renúncia de Olmert e Peretz, devido a sérios erros. Centenas de milicianos e civis libaneses morreram devido aos bombardeios aéreos de Israel e às operações em terra. Mais de 150 soldados e civis israelenses foram mortos por ataques da milícia do Hezbollah. Os reservistas denunciam desde a falta de equipamentos adequados e ordens contraditórias até a falta de abastecimento. Analistas militares criticaram duramente o planejamento e a estratégia de Israel. O presidente da Comissão Parlamentar para Assuntos de Segurança e do Exterior, Tzachi Hanegbi, declarou hoje à imprensa que, na sua opinião, Olmert, líder do Kadima, não terá que renunciar. Quanto a Peretz "é difícil saber", opinou. O general Halutz renunciou há alguns meses, após uma investigação de 50 comissões formadas por especialistas militares. Segundo as pesquisas de opinião e de popularidade, Olmert e Peretz estão atrás de Netanyahu, que desponta como possível próximo chefe de governo.

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