Irã admite ter recebido mísseis de proteção aérea da Rússia

Segundo governo russo, o país teria adquirido sistema para proteger aparato nuclear

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Por Agencia Estado
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Autoridades iranianas confirmaram, nesta quarta-feira, que o país recebeu avançados sistemas de mísseis de defesa aérea russos. De acordo com informações de uma agência de notícias russa, o material vai servir para proteger o aparato nuclear do programa de enriquecimento de urânio do Irã. "Nós temos transações construtivas de defesa com a Rússia, de quem compramos mísseis Tor M-1, que foram recentemente entregues", afirmou o ministro de Defesa do Irã, Mostafa Mohammad Najjar, ao site da rede de televisão oficial do Irã. Najjar, no entanto, não afirmou quantos mísseis foram entregues ou quando exatamente chegaram a Teerã. De acordo com informações prévias de Moscou, a previsão inicial era de que os iranianos teriam adquirido 29 mísseis para a proteção de território aéreo, pela quantia de US$ 700 milhões. O contrato teria sido assinado em dezembro de 2005. O anúncio da entrega do lançador de mísseis Tor M-1 é recebido de maneira desconfortável pela comunidade internacional, uma vez que acontece logo após Teerã retomar manobras militares - a primeira desde que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou sanções contra o plano nuclear iraniano, em 23 de dezembro do ano passado. Até agora, no entanto, não ficou clara se a transação foi feita antes do vote no Conselho de Segurança. Autoridades russas têm repetido insistentemente que a venda não viola nenhuma obrigação internacional. No ano passado, os Estados Unidos sugeriram que outros países não cooperem com programas armamentistas iranianos, na tentativa de pressionar o país a parar com seus programa de enriquecimento de urânio. Israel também criticou o comércio de armas com o Irã. O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, tem insistentemente negado as acusações da Casa Branca, de que Teerã se aproveitará do programa de criação de energia através do enriquecimento de urânio para o desenvolvimento de armas nucleares. No início da semana, assim que as manobras militares foram retomadas no Irã, as autoridades barraram a entrada de 38 inspetores nucleares da ONU no país.

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