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Irã ameaça limitar a cooperação com a AIEA caso sofra sanções

"Qualquer ação hostil do Conselho de Segurança da ONU levaria a uma limitação da cooperação com o organismo", disse vice-presidente Gholam Reza Aghazadeh

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente do Irã, Gholam Reza Aghazadeh, ameaçou nesta segunda-feira, em Viena, limitar a cooperação de seu país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) caso o Conselho de Segurança dite sanções contra Teerã por seu controvertido programa nuclear. "Qualquer ação hostil do Conselho de Segurança da ONU levaria a uma limitação da cooperação com o organismo", disse Aghazadeh em seu discurso perante o plenário da 50ª conferência geral da AIEA. "Uma política unilateral, proposta por um ou dois Estados, significaria perdas e danos para todos", acrescentou o delegado persa em alusão às intenções dos Estados Unidos de conseguir a imposição de sanções internacionais ao Irã. O Irã ignorou um ultimato do Conselho de Segurança para que congelasse até 31 de agosto seu programa de enriquecimento de urânio, um material altamente sensível por seu possível duplo uso, civil e militar. No entanto, segundo assegurou hoje Aghazadeh, Teerã considera que alcançar uma solução para a atual crise "não é impossível". "Pode-se chegar a uma solução mediante negociações baseadas em boas intenções, flexibilidade e desejo político. O Irã está pronto para negociações e um compromisso político", disse. "Uma solução pacífica abriria o caminho para mais acordos, mais exaustivos, que reduzam tensões e tragam estabilidade à região", disse o vice-presidente iraniano. Por outra parte, Aghazadeh, que lidera também a organização de energia atômica de seu país, acusou os países industrializados de querer formar "um monopólio" para a produção e venda de combustível Nuclear. Aghazadeh disse que nenhum país em desenvolvimento, como o Irã, deveria aceitar a criação deste monopólio e acrescentou que "o processo devastador" de limitar os direitos dos países a aceder a tecnologia nuclear para fins pacíficos "deve parar". "Se o Irã ceder, então isso seria aplicado como um modelo par outros países em desenvolvimento. Por isso (os países industrializados) não economizaram esforços para intimidar e ameaçar ao Irã", assegurou o governante persa.

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