
14 de abril de 2009 | 20h25
A jornalista de 31 anos, com dupla nacionalidade, norte-americana e iraniana, foi detida no fim de janeiro e inicialmente acusada de trabalhar sem credenciais de imprensa. Porém, um juiz iraniano apresentou uma acusação mais séria contra ela na semana passada, de espionagem para os EUA.
O governo dos EUA reiteradamente pede a libertação de Roxana e afirma que as acusações contra ela e o julgamento foram um revés em um momento em que o presidente norte-americano, Barack Obama, demonstra interesse em dialogar com o país, após décadas de relação difícil. Não há informações sobre o motivo da rapidez do julgamento, tendo em vista a gravidade das acusações. Pela lei iraniana, os condenados por espionagem podem pegar até dez anos de prisão.
O advogado da jornalista, Abdolsamad Khorramshahi, disse que não estava autorizado a falar do caso com a imprensa. Os pais dela, que viajaram ao Irã para tentar sua libertação, não foram localizados. Roxana cresceu em Fargo, no estado norte-americano de Dakota do Norte, e vive no Irã há seis anos. Ela trabalha como repórter freelancer para a National Public Radio e a British Broadcasting Corp. (BBC). Um juiz investigativo iraniano alegou que Roxana passou informações secretas aos serviços de inteligência dos EUA, mas não forneceu detalhes.
Direitos humanos
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse na semana passada que os EUA estão "profundamente preocupados" com as acusações, descritas pelo departamento como "sem fundamento". Grupos de direitos humanos frequentemente criticam o Irã por prender jornalistas e restringir a liberdade de expressão. Teerã já deteve várias pessoas com cidadania iraniana e norte-americana, alegando que elas supostamente trabalhariam para derrubar o governo islâmico do país, por meio de uma "revolução suave".
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