TEERÃ - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente do país, Hassan Rouhani, prometeram que a República Islâmica vencerá o coronavírus e as sanções norte-americanas durante as celebrações do Nouruz, o ano novo persa, realizado nesta sexta-feira, 20.
Em sua tradicional mensagem no primeiro dia do ano novo, Khamenei elogiou a dedicação e os "sacrifícios" dos médicos e enfermeiros diante da crise de saúde. O Irã é um dos países mais afetados pelo COVID-19, com cerca de 1.300 mortes registradas, de acordo com dados oficiais.
O guia supremo iraniano pediu a Alá que o novo ano - 1399, no calendário iraniano - seja o das "grandes vitórias" para o país. O ano de 1398, que começou em 21 de março de 2019, foi particularmente difícil no Irã.
Começou com as piores inundações que o país registrou em décadas e foi marcado pelo agravamento da recessão em que a República Islâmica entrou desde que o governo dos Estados Unidos restabeleceu as sanções econômicas de 2018 contra Teerã.
Em novembro de 2019, uma onda de protestos contra o aumento repentino dos preços dos combustíveis terminou com uma dura repressão, que resultou em quase 300 mortos, segundo a Anistia Internacional.
No início de janeiro de 2020 aconteceu a tragédia do avião comercial derrubado "por engano" pelas Forças Armadas do país, que matou 176 pessoas, momento em que a tensão com Washington atingiu o ponto máximo.
Em fevereiro, o país registrou as primeiras mortes provocadas pelo novo coronavírus.
Em uma mensagem exibida na TV poucos minutos depois do discurso de Khamenei, o presidente Hassan Rohani afirmou que o país conseguiu virar o ano de maneira honrosa, levando em consideração as circunstâncias.
"Diante das sanções mais severas da história impostas à indústria petroleira iraniana por parte dos terroristas internacionais, nosso povo escreveu uma nova página épica, fazendo a economia do país funcionar sem petróleo", disse.
"Não fomos vencidos e saímos vitoriosos deste desafio, afirmou. "Em breve vamos superar a epidemia de COVID-19", prometeu Rohani./ AFP