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Irã cita 'grande' comparecimento em pleito dominado por conservadores

Eleições parlamentares são as primeiras do país desde os protestos de 2009

Por BBC Brasil
Atualização:

TEERÃ - O governo do Irã disse que um grande número de eleitores foi às urnas nesta sexta-feira, 2, escolher os 290 integrantes do Parlamento do país, conhecido como Majlis.

 

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"Com esse comparecimento, a população provou que ainda está protegendo o país", disse Ramin Mehmanparast, porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano. Ele disse ainda que o país "frustrou" o Ocidente por causa da grande presença de eleitores nas urnas. Este é o primeiro pleito desde os grandes protestos que se seguiram à controversa eleição presidencial de 2009, na qual Mahmoud Ahmadinejad se reelegeu. As eleições atuais são vistas por muitos analistas como um embate entre simpatizantes de Ahmadinejad e os do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. A oposição, conhecida como Movimento Verde, não está participando. Seus líderes estão sob regime de prisão domiciliar desde fevereiro de 2011. Na ausência de reformistas, o movimento conservador, atualmente no poder, disputará entre si os votos dos eleitores. 'Pedido' de Ahmadinejad O Irã tem mais de 48 milhões de eleitores e 47 mil postos de votação. Mas há relatos de que simpatizantes de Ahmadinejad teriam pedido, veladamente, para que as pessoas não votassem nesta sexta. O presidente iraniano se desentendeu com Khamenei nos últimos meses, e alguns dos simpatizantes de Ahmadinejad dizem que seus candidatos foram impedidos de concorrer ao Conselho de Guardiões, órgão controlado pelo supremo líder. Em abril, o presidente demitiu o ministro da Inteligência após ele ter demitido um aliado seu. Mas Khamenei o reinstalou o ministro. A medida desagradou Ahmadinejad, que não compareceu a encontros de governo por 11 dias. O correspondente da BBC no Irã, James Reynolds, disse que estas eleições devem definir o balanço de pode entre os dois setores conservadores do país antes de um pleito mais importante, o presidencial de 2013. Mas, diz ele, a votação não deve influir nos rumos do programa nuclear iraniano, alvo de preocupação no Ocidente e em Israel. 'Direito e dever' Logo cedo, nesta sexta-feira, a TV iraniana transmitiu imagens de Ali Khamenei votando em Teerã. O líder supremo disse que o voto era um "direito e um dever" dos iranianos. "Por causa das controvérsias a respeito do Irã e das ameaças verbais cada vez maiores, quanto mais as pessoas forem às urnas, melhor para o país". "O voto sempre traz uma mensagem para nossos amigos e nossos inimigos." O porta-voz da Chancelaria iraniana disse que o país "frustrou" o Ocidente por causa do grande comparecimento dos eleitores. "A população provou que ainda está protegendo o país", disse Ramin Mehmanparast.

 

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