
31 de agosto de 2017 | 14h21
VIENA - O Irã cumpriu nos últimos três meses com as exigências do acordo nuclear pactuado com seis grandes potências em julho de 2015 e em vigor desde janeiro de 2016, segundo um documento confidencial da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA).
O Irã mantém seus inventários de urânio enriquecido dentro dos limites de pureza e quantidade estipulados, uma medida cujo objetivo é fazer com que Teerã não possa desenvolver armamento nuclear em um curto prazo.
A AIEA afirma que seus inspetores visitaram todas as instalações e fizeram medições de vigilância nos centros nucleares iranianos previstos no acordo, que entre outros limita as atividades atômicas do país por um prazo de entre dez e 25 anos. Em troca, as potências que firmam o pacto – Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha– - suspenderam suas sanções comerciais, diplomáticas e nucleares contra o Irã.
O acordo, assinado pelo ex-presidente Barack Obama, foi considerado repetidamente pelo atual presidente Donald Trump como um acordo ruim. Por sua vez, o presidente do Irã, Hassan Rohani, ameaçou se retirar do acordo caso Washington aplicasse novas sanções.
Na semana passada, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, visitou Viena para pedir à AIEA que o Irã cumpra estritamente com suas obrigações.
Detalhes. O relatório indica que as autoridades iranianas mantêm paralisadas as obras em Arak, onde o Irã previa construir um reator de água pesada que poderia produzir plutônio, um material usado em bombas nucleares.
As reservas iranianas de água pesada eram de 111 toneladas métricas em 7 de agosto e em nenhum momento durante o período de inspeção ultrapassaram as 130 toneladas, como exige o acordo.
O texto da AIEA aponta também que Teerã continua permitindo o uso de mecanismos de vigilância a distância e selos eletrônicos, bem como o trabalho dos inspetores, inclusive as visitas surpresa às suas instalações.
O acordo procura limitar a capacidade e a magnitude do programa atômico iraniano para garantir que não seja possível desenvolver armas nucleares em menos de 12 meses.
Esse período daria tempo à comunidade internacional para reagir caso sejam detectadas atividades proibidas. /EFE
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