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Irã desafia o Ocidente e inaugura centrífugas

Novas máquinas aceleram o enriquecimento de urânio e podem ajudar o regime a driblar sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas

Por AP e Reuters
Atualização:

TEERÃEm meio à crescente pressão e à ameaça de sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Irã apresentou ontem suas centrífugas de terceira geração, totalmente produzidas no país, para acelerar o enriquecimento de urânio. O anúncio fez crescer o temor de que o regime desenvolva um arsenal atômico, enquanto diz estar engajado numa longa negociação patrocinada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).As novas máquinas permitem que o material radioativo seja processado muito mais rápido e, segundo as autoridades, teriam a capacidade de tornar o Irã autossuficiente no setor, mesmo que o Ocidente imponha sanções no futuro.O presidente Mahmoud Ahmadinejad apresentou as novas centrífugas numa cerimônia de celebração do Dia Nacional de Tecnologia Nuclear, dizendo que seu país já não pode retroceder em suas conquistas nucleares, mesmo diante de toda a pressão exercida por EUA, Grã-Bretanha, França e Rússia, além da China, que, recentemente, vem dando sinais de que apoiará a adoção de resoluções contra Teerã. O líder iraniano reforçou o caráter civil de seu programa atômico e disse que seguirá adiante "queiram ou não os inimigos". Ahmadinejad disse que as ameaças internacionais só reforçam a determinação do governo iraniano de levar adiante seu programa nuclear.O anúncio foi feito na mesma semana em que o presidente americano, Barack Obama, e seu colega russo, Dmitri Medvedev, assinaram em Praga a terceira versão do acordo Start, criado em 1991, para reduzir o arsenal nuclear dos dois países.Pouco antes, Obama havia divulgado as novas diretrizes da Casa Branca para o uso de armas nucleares, na qual mandou recados firmes tanto ao Irã quanto à Coreia do Norte, por sua relutância em aceitar a fiscalização dos agentes da AIEA e por investir em programas nucleares considerados suspeitos.Para Ahmadinejad, as promessas americanas de reduzir seu arsenal não passam de "mentiras e montagens". /

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