20 de outubro de 2010 | 12h47
TEERÃ - O Irã anunciou nesta quarta-feira, 20, ter aumentado seu estoque de urânio enriquecido, mais uma vez desafiando as exigências da Organização das Nações Unidas (ONU) e das potências ocidentais para que abandone seu controverso programa nuclear.
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O chefe do órgão nuclear do Irã e vice-presidente do país, Ali Akbar Salehi, disse que o Irã tem 30 quilos de urânio enriquecido a 20%, o que significa que o estoque aumentou em 50% desde a última vez em que a quantia foi revelada.
O material enriquecido a 20% é suficiente para produzir energia para o reator de pesquisas médicas de Teerã, mas é bastante inferior ao enriquecimento de 90% necessário para que sejam fabricadas armas atômicas.
As potências ocidentais acusam o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas, cujo objetivo seria a aquisição de armas atômicas. Teerã nega tais alegações.
As tensões sobre o programa nuclear iraniano se acirraram no final do ano passado após o Irã rejeitar uma proposta de troca de urânio feita por EUA, Rússia e Reino Unido. Meses depois, o país começou a enriquecer urânio a 20%.
Um acordo mediado por Brasil e Turquia para troca de urânio chegou a ser assinado com o Irã em maio. O acordo, porém, foi rejeitado pelo Grupo de Viena - composto por Rússia, França, EUA e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) - e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) optou por impor uma quarta rodada de sanções ao país.
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