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Irã e EUA debatem conflito afegão

Cúpula em Haia é o primeiro passo na aproximação entre os dois rivais

Por ASSOCIATED PRESS E REUTERS
Atualização:

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, embarcou ontem para Haia, na Holanda, onde ocorre hoje uma conferência sobre o futuro do Afeganistão. Apesar de Hillary afirmar que não se reunirá em separado com os iranianos, analistas acreditam que o encontro seja o primeiro passo para um maior engajamento futuro. Veja cronologia dos fatos na relação entre EUA e Irã nos últimos 50 anos "Não posso prever o dia de amanhã, mas estamos ansiosos para que todos desempenhem um papel construtivo no Afeganistão", disse Hillary. Ela anunciou a doação de US$ 40 milhões para as eleições presidenciais afegãs, em agosto. A secretária de Estado espera que o Irã amplie a fiscalização de sua fronteira com o Afeganistão e ajude no combate ao tráfico de drogas. "Só o fato de eles terem aceitado o convite para participar do debate significa que os iranianos acreditam que têm um papel importante a ser desempenhado", disse Hillary. Cerca de 70 países participarão da cúpula, que será aberta pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e pelo presidente afegão, Hamid Karzai. A delegação iraniana será liderada pelo vice-chanceler, Mohamed Mehdi Akhondzadeh. O encontro deve durar apenas sete horas e a maioria das delegações não terá tempo sequer de expor suas ideias. A minoria que terá direito a voz discorrerá rapidamente sobre o conflito no Afeganistão. Hillary, por exemplo, dará detalhes da nova estratégia dos EUA para a região, apresentada na semana passada pelo presidente americano, Barack Obama. Ele prometeu enviar mais 17 mil soldados e 4 mil agentes para treinar afegãos e trabalhar no desenvolvimento de projetos civis. Para Richard Holbrooke, representante dos EUA para Afeganistão e Paquistão, a presença do Irã na reunião é uma condição "lógica" para a estabilização da região. "Como podemos debater o futuro do país e deixar de fora um vizinho?", questionou Holbrooke. "Para nós, a presença do Irã é a coisa mais lógica do mundo." GUERRA AO TERROR Hillary afirmou ainda que o governo dos EUA aposentou o termo "guerra global ao terror", bastante usado pelo ex-presidente George W. Bush para descrever o combate ao terrorismo. "Não usamos mais essa frase e acho que isso fala por si", disse Hillary. Alguns aliados dos EUA, principalmente os europeus, sempre consideraram o termo ofensivo. "Não houve nenhuma ordem para usar ou deixar de usar o termo. Ele simplesmente não está sendo mais empregado."

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