Irã executa cidadã holandesa, dizem autoridades

Zahra Bahrami foi acusada de tráfico de drogas e presa em 2009 durante um protesto contra o governo.

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Por BBC Brasil
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Zahra Bahrami tem a cidadania holandesa e iraniana Uma mulher de 46 anos, cidadã holandesa mas com família no Irã, foi executada neste sábado por enforcamento, depois de ser considerada culpada por tráfico de drogas, segundo autoridades iranianas. Zahra Bahrami ficou presa durante um ano, depois de participar de um protesto contra o governo iraniano em 2009, durante uma visita à sua família. De acordo com a promotoria de Teerã, durante uma busca em sua casa, as autoridades encontraram 450 gramas de cocaína e 420 gramas de ópio. A promotoria acrescentou que Bahrami era integrante de uma quadrilha internacional de tráfico de drogas que traficava cocaína para o Irã usando ligações com holandeses. A execução de Bahrami na manhã deste sábado eleva o número de execuções registradas este ano no Irã para 66, de acordo com informações da imprensa. Autoridades da Holanda afirmaram que estão extremamente preocupadas com o caso de Bahrami. Choque As autoridades holandesas afirmaram que não tiveram acesso a Bahrami, pois o governo do Irã não reconhece a dupla cidadania. Um porta-voz do Ministério do Exterior holandês afirmou que ainda não pode confirmar a morte de Bahrami, pois ainda não recebeu informações das autoridades iranianas. O advogado de Bahrami, Jinoos Sharif, disse ao grupo de defesa dos direitos humanos de Nova York, International Campaign for Human Rights in Iran, que ficou chocado com a execução. "Estou perplexo pela forma que a sentença da minha cliente foi dada enquanto as acusações de segurança ainda não tinham sido analisadas", afirmou. A filha de Bahrami disse ao grupo ativista de Nova York que as acusações contra sua mãe foram fabricadas. "Ela nem mesmo fuma cigarros... Como pode alguém que participa de manifestações (depois) das eleições (que reelegeram o presidente Mahmoud Ahmadinejad) e coloca a vida em risco, participar de ações como estas, contra o próprio país?", afirmou Banafsheh Nayebpour. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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