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Irã executa dois por envolvimento com protestos antigoverno

São as primeiras execuções conhecidas de ativistas desde as eleições; Casa Branca faz duras críticas a Teerã

Por AE-AP
Atualização:

O Irã enforcou nesta quinta-feira, 28, dois homens condenados por tentar derrubar o regime clerical do país, segundo o site da televisão estatal. Foram as primeiras execuções conhecidas de ativistas da oposição desde o início dos protestos, após contestadas eleições presidenciais em junho.

 

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 O relato da imprensa estatal identificou os dois homens como Mohammad Reza Ali Zamani e Arash Rahmanipour e afirmou que eles foram condenados por tentar derrubar o "establishment islâmico" e fazer parte de grupos armados da oposição.O Irã já julgou mais de cem ativistas e figuras políticas desde agosto. Segundo dados oficiais anteriormente divulgados, cinco ativistas foram condenados à pena de morte e mais de 80 a penas variando entre seis meses e 15 anos. Os relatos desta quinta-feira afirmam que outros nove iranianos foram condenados à morte nesses julgamentos e agora apelam das punições.Algumas das nove sentenças de morte, segundo a TV estatal, estavam relacionadas aos violentos confrontos de 27 de dezembro. Pelo menos oito pessoas morreram nesse dia, em confrontos entre a polícia e manifestantes nas ruas.

 

Foi o pior caso de violência desde que autoridades lançaram uma ofensiva contra a oposição, após as eleições presidenciais. Acredita-se que Zamani e Rahmanipour estavam entre os cinco sentenciados à morte em outubro. Eles foram enforcados após uma corte de apelações manter as penas.A oposição afirma que o presidente Mahmoud Ahmadinejad venceu as eleições presidenciais de junho por meio de fraudes. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas do país desde então, em várias ocasiões, para apoiar o principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi. Dezenas de manifestantes foram mortos durante os distúrbios e centenas foram presos desde junho.EUA criticam

 

Os Estados Unidos condenaram veementemente os enforcamentos. "Foi o golpe mais baixo da perseguição aos dissidentes. Só serve para isolar ainda mais o governo iraniano de seu povo e do resto do mundo", disse o porta-voz da Casa Branca Bill Burton.

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