PUBLICIDADE

Irã faz acordo de US$ 1,1 bi com Evo

Em visita relâmpago à Bolívia, Ahmadinejad e boliviano firmam pacto de cooperação até sobre exploração de urânio

Por AP , AFP e Efe
Atualização:

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, visitou ontem, pela primeira vez, a Bolívia e assinou uma série de acordos bilaterais com o governo do presidente Evo Morales. Ahmadinejad chegou a La Paz num avião da Força Aérea Venezuelana e ficou em território boliviano por cerca de quatro horas. Depois, o líder iraniano seguiu viagem para a Venezuela, onde se reuniria com o presidente Hugo Chávez. ''''Essa visita marca o início de relações amplas entre nossos governos e povos irmãos'''', afirmou Ahmadinejad. ''''É com muito respeito e carinho que recebemos essa visita para, a partir desta data, trabalharmos de forma conjunta por nossos povos e pela humanidade'''', disse Evo. Ahmadinejad e Evo assinaram um pacto de cooperação de US$ 1,1 bilhão para os próximos cinco anos nas áreas de tecnologia e industrial. Ministros iranianos e bolivianos assinaram diversos acordos sobre hidrocarbonetos, mineração, agricultura, recursos naturais, água, ciência e tecnologia, entre outras áreas. De acordo com o jornal boliviano La Prensa, fontes governamentais afirmaram que entre os acordos assinados pelos dois presidentes há um sobre a exploração de lítio e urânio na região andina do país. Na quarta-feira, o deputado Arturo Murillo e o senador Fernando Rodríguez - ambos opositores - afirmaram que o Congresso boliviano vai bloquear os acordos, caso o texto tenha alguma referência à exploração de urânio no país. O vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, afirmou que as conversas entre os dois líderes não abrangeriam a discussão sobre a questão nuclear porque, segundo ele, a Bolívia ''''respeita as decisões da ONU'''' referentes ao tema. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, já repreendeu o Irã diversas vezes pelo seu programa de enriquecimento de urânio - que Ahmadinejad afirma ter fins pacíficos. García Linera também afirmou que os acordos são comerciais e a Bolívia mantém uma posição ''''pacifista'''', afastada de qualquer apoio a planos bélicos. No entanto, no encontro de ontem, Ahmadinejad e Evo, em declaração conjunta, reconheceram o direito dos países ao desenvolvimento de energia nuclear com fins pacíficos. Evo ainda ressaltou que as relações diplomáticas entre a Bolívia e o Irã - estabelecidas há duas semanas - não têm o objetivo de prejudicar ninguém. O presidente boliviano rejeitou as críticas da oposição que afirmam que os novos vínculos políticos sejam parte do plano de confronto do venezuelano Hugo Chávez contra os EUA .

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.