14 de dezembro de 2010 | 00h00
Salehi é uma das poucas pessoas na elite política do Irã que viveu em outro país. Ele estudou na Universidade Americana em Beirute e no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Diplomatas ocidentais normalmente preferem lidar com Salehi do que com o principal negociador nuclear, Said Jalili, por que ele fala melhor inglês e é menos inclinado a extravagâncias.
Além disso, Salehi assinou o protocolo adicional com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em 2003, que permitiu inspeções mais rigorosas nas instalações atômicas iranianas. No entanto, ele teve de defender sua decisão na TV ao voltar para o Irã. A aplicação do protocolo foi suspensa em 2006.
Nos telegramas divulgados pelo site WikiLeaks da missão dos EUA em Viena o consenso entre os diplomatas ocidentais em 2009, quando Salehi assumiu como representante do Irã na AIEA, era o de que ele era uma pessoa amável, mas sem poder. Todos o descreveram como um interlocutor inteligente e preferiam lidar com ele em vez de com outros funcionários iranianos. Diplomatas saudaram a nomeação de Salehi como chanceler, pois isso significa que os contatos com o Ministério de Relações Exteriores terão agora mais substância. Durante o prolongado confronto entre Mottaki e Ahmadinejad, o ministério por muitas vezes tornou-se uma concha vazia, que se esquivou de tomar importantes decisões sobre questões nucleares.
É JORNALISTA DE "THE GUARDIAN"
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