Irã insiste no enriquecimento de urânio, mas fala em diálogo

Irã deve apresentar nesta terça-feira sua resposta à proposta internacional sobre o programa nuclear do país

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Por Agencia Estado
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Em sua resposta ao plano internacional de incentivos, o Irã rejeita a precondição de suspender o seu programa de enriquecimento de urânio, mas mantém sua intenção de continuar o diálogo, informou nesta terça-feira a agência de notícias Fars. A fonte cita o Conselheiro para Assuntos Internacionais do Organismo de Energia Atômica do Irã (OEAI), Mohamad Saidi. Ele afirmou que o Irã vai anunciar nesta terça-feira sua resposta à proposta internacional. Mas disse que ela não será divulgada à imprensa. "A resposta do Irã ao pacote é completa e será um princípio para o reinício das negociações, que leve a um acordo final", disse Saidi, acrescentando que "a resposta será dada por escrito". Saidi considerou a resposta iraniana "uma oportunidade única para que a Europa opte pelo caminho do diálogo e volte à mesa de Negociações". O plano internacional apresentado a Teerã pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e pela Alemanha oferece ao Irã incentivos (inclusive tecnologia nuclear avançada para uso civil e vantagens econômicas) em troca da suspensão do enriquecimento de urânio. O governo iraniano insiste que suas atividades nucleares têm fins pacíficos, e não militares, como suspeitam alguns países, como os EUA e Israel. Os dirigentes têm deixado claro que não pensam em abandonar o enriquecimento de urânio. "Na resposta tentamos destacar as inquietações de ambos os lados e abrir um caminho para que o assunto, de suma importância, seja resolvido através do diálogo, que leve a um acordo para agradar a todas as partes", disse Saidi. O conselheiro afirmou que seu país "leva em consideração várias soluções para entrar nas negociações e resolver o caso através do diálogo". Também considerou que "há vários pontos ambíguos" na iniciativa. "O plano internacional cita várias vezes os artigos 1 e 2 do Tratado de Não-Proliferação, que exigem que os países signatários que não possuem armas nucleares não fabriquem nem adquiram armamento nuclear. Mas por que não fala do artigo 4?", perguntou Saidi. O artigo em questão garante o direito dos países signatários a produzir e utilizar energia nuclear com fins pacíficos.

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