Irã instalará mais 6 mil centrífugas, diz Ahmadinejad

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Por Reuters e AP
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O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, anunciou ontem que o Irã começou a instalar na usina de Natanz 6 mil centrífugas de enriquecimento de urânio de nova geração, que trabalham cinco vezes mais rápido que a atual versão. Se confirmado, o anúncio será a maior expansão do programa de enriquecimento de urânio do Irã - um processo que pode produzir tanto combustível para um reator nuclear quanto material para armas atômicas. No entanto, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, advertiu que o anúncio não podia ser imediatamente confirmado e diplomatas ligados à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disseram que o Irã está exagerando o avanço em seu programa de enriquecimento, pois atualmente está enfrentando problemas para operar as 3 mil centrífugas já instaladas em Natanz. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha condenaram o anúncio e a França advertiu que o Irã pode enfrentar mais sanções. O porta-voz do governo de Israel, Mark Regev, pediu à comunidade internacional que detenha o programa atômico ''agressivo'' do Irã. Mas a Rússia, um aliado de Teerã, atenuou a necessidade de sanções, dizendo que os negociadores estão preparando um novo pacote de incentivos para persuadir o Irã a congelar seu programa de enriquecimento de urânio. O Irã rejeitou o pacote de incentivos da Europa no ano passado e assegura que seu programa nuclear tem como objetivo produzir energia, não armas atômicas como os EUA e muitos aliados temem. Teerã já tem cerca de 3 mil centrífugas funcionando em Natanz, um número considerado suficiente para produzir urânio em escala industrial. As centrífugas são máquinas que podem fazer os compostos do urânio girar a uma velocidade supersônica para separar e concentrar os isótopos mais radioativos do elemento. Durante uma visita a Natanz, como parte da cerimônia pelo Dia Nacional de Energia Atômica, Ahmadinejad disse que as provas sobre o sucesso das novas máquinas estarão prontas em três meses e rejeitou as pressões do Ocidente para suspender as atividades nucleares. ''A instalação das 6 mil novas centrífugas é um passo simples se comparado com a grande experiência técnica que nossos cientistas obtiveram no âmbito nuclear'', disse, acrescentando que as conquistas científicas do Irã são muito importantes e ninguém pode tirar a tecnologia nuclear das mãos dos iranianos. O diretor do Organismo de Energia Atômica do Irã, Gholam Reza Aghazadeh, também anunciou que o Irã construirá um reator de água leve de 360 megawatts na usina nuclear de Arak, 300 quilômetros a sudoeste de Teerã. ''Os técnicos iranianos estão projetando a construção de um reator de água leve, apesar das dificuldades, das sanções e da falta de cooperação da comunidade internacional'', disse.

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