PUBLICIDADE

Irã irá retirar reservas financeiras de bancos europeus

Por Agencia Estado
Atualização:

Um provocativo Irã anunciou nesta sexta-feira que irá retirar suas reservas financeiras de bancos sediados em países europeus com o intuito de se proteger contra possíveis sanções impostas pela ONU a seu programa nuclear. De acordo com analistas, estima-se que esses fundos ultrapassem os US$ 50 bilhões. O Irã também informou que poderá reduzir sua produção de petróleo, deixando claro que utilizará esse expediente para mostrar sua valentia no recente embate travado com o Ocidente. Sublinhando sua postura desafiadora, o presidente linha-dura iraniano Mahmoud Ahmadinejad, participou nesta sexta-feira de um encontro em Damasco com os líderes dos grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica. O encontro acontece um dia após um militante da Jihad Islâmica detonar explosivos presos a seu corpo em um restaurante de Tel Aviv, ferindo 20 pessoas. Israel atribuiu ao Irã e a Síria a responsabilidade pelo ataque. Ambos os países negaram a acusação. A retirada das reservas iranianas de bancos europeus assinalam que o Irã prefere resistir a uma punição encabeçada pela ONU do que abandonar suas ambições nucleares, que para os EUA e alguns países europeus tem como objetivo desenvolver bombas atômicas. Teerã insiste que seu programa tem apenas fins pacíficos. Segundo analistas ouvidos pela Associated Press, a jogada desta sexta-feira também retira da Europa um importante artifício que poderia ser utilizado para influenciar o Irã a desistir de pontos chaves de seu programa nuclear. O anúncio de que o país transferiria seus ativos depositados na Europa foi feito pelo diretor do Banco Central iraniano, Ebrahim Sheibani. "Transferiremos reservas internacionais a qualquer parte que considerarmos convenientes", disse Sheibani, esquivando-se da pergunta sobre se o dinheiro estava sendo transferido para bancos asiáticos. Ainda não está claro se investimentos e propriedades do país na Europa também serão afetados. Segundo economistas, o impacto da decisão na economia global não será grande, uma vez que os depósitos iranianos nos bancos europeus não são grandes se comparados às reservas de outros países. Petróleo Ainda mais amedrontadora é a possibilidade de o Irã tentar pressionar seus opositores através da diminuição de sua produção petrolífera. O país está deitado sobre a quarta maior reserva de petróleo do planeta. O preço do óleo cru subiu acima do patamar dos US$ 67 nessa sexta-feira, puxado pelas preocupações em relação a disputa nuclear iraniana. Teme-se que o preço do barril de óleo atinja patamares ainda maiores - acima dos US$ 100 - se o Conselho de Segurança da ONU decidir impor sanções comerciais ao Irã.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.