O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, insistiu mais uma vez que seu país não aceitará de forma alguma a paralisação de seu programa nuclear, "mesmo que seja em troca da suspensão das sanções do Ocidente". Em entrevista à televisão iraniana Alalam, exibida na noite de segunda-feira, 23, Ahmadinejad afirmou que "a suspensão bilateral (do programa nuclear e das sanções) é algo que não tem base Jurídica". Para o presidente iraniano, as resoluções do Conselho de Segurança da ONU "foram aprovadas de forma unilateral e sob pressão de inimigos do povo iraniano, já que a atividade nuclear do Irã é legal". "Trata-se de um assunto completamente político, que não tem fundamentos jurídicos e técnicos", acrescentou o iraniano. Segundo Ahmadinejad, o país entrou na fase industrial de suas atividades nucleares e já está entre os países que produzem combustível nuclear, portanto, "não há nenhuma razão legal nem jurídica para voltar atrás". O dirigente iraniano disse, no entanto, que o país está disposto a dialogar para eliminar qualquer ambigüidade sobre seu programa nuclear, e para suavizar todas as divergências e tensões com a comunidade internacional. "A melhor proposta seria reconhecer os direitos do povo iraniano", disse o presidente. Além disso, Ahmadinejad descartou a utilização do petróleo como arma política, caso sejam aprovadas novas medidas com mais sanções contra o país. Por outro lado, o líder iraniano não esclareceu sobre a possível participação do país na próxima conferência internacional sobre o Iraque, que será realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito, nos dias 3 e 4 de maio. A participação iraniana na cúpula é, até o momento, uma das grandes dúvidas, já que o governo de Teerã enviou mensagens contraditórias sobre o assunto. Está prevista a participação dos seis países vizinhos do Iraque na conferência: Irã, Turquia, Arábia Saudita, Jordânia, Kuwait e Síria, além de Egito e Bahrein. Também assistirão à conferência o grupo dos oito países mais industrializados (G8), os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Organização da Conferência Islâmica.