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Irã minimiza "ameaças" dos EUA e confia em conversas com UE

O Irã não dá importância ao que considera uma guerra psicológica promovida pelos norte-americanos

Por Agencia Estado
Atualização:

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Hamid-Reza Asefi, minimizou hoje as "ameaças dos Estados Unidos" sobre o programa nuclear do país e expressou sua confiança nas próximas conversas com a União Européia. "Estamos esperando a resposta da Europa à que nós demos a seu pacote de propostas", disse Asefi em sua entrevista coletiva semanal. O porta-voz ressaltou que "o diálogo é o único caminho para chegar a um acordo satisfatório para as duas partes". Para Asefi, as próximas conversas entre o negociador-chefe do programa nuclear, Ali Larijani, e o Alto Representante da UE para a Política Externa e a Segurança, Javier Solana, determinarão o caminho para o futuro. Segundo o porta-voz, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, atualmente de visita ao Irã, disse às autoridades iranianas que devem levar a sério as conversas com Solana. "Isto é algo que sempre fizemos", disse Asefi. A possibilidade de submeter Teerã a embargos "é proposta pelos sionistas e americanos como uma guerra psicológica, mas esta não é a era da ameaça e da chantagem", afirmou Asefi. "O Irã não dá importância às ameaças dos Estados Unidos. As ameaças da Casa Branca não são novidade, se trata de uma literatura que não está em harmonia com o mundo", assegurou. Quanto às reuniões de Kofi Annan com as autoridades iranianas, o porta-voz as qualificou de "muito positivas" e acrescentou que o secretário-geral tem uma postura otimista em relação ao caso nuclear iraniano. No entanto, Asefi assegurou que Annan não falou sobre a suspensão do enriquecimento de urânio, o ponto mais polêmico do programa nuclear do país. UE e EUA exigem a suspensão imediata do processo. O porta-voz considerou que é um "ponto de vista pessoal" o descontentamento de Annan em relação à realização de uma conferência sobre o holocausto judeu em Teerã até o fim do ano. "A conferência será realizada na data prevista", insistiu Asefi, antes de acrescentar que o Holocausto não é um tema sagrado que no possa ser abordado. "Visitei os campos de concentração na antiga Alemanha Oriental e na Polônia, e o que vi está muito longe de tudo o que comentam", disse.

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