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Irã nunca desistirá de programa nuclear, diz líder

Ali Khamenei fez sua primeira aparição pública desde que começaram a circular boatos na internet, na quinta-feira, de que ele havia morrido

Por Agencia Estado
Atualização:

A maior autoridade do Irã, o líder supremo aiatoalá Ali Khamenei, disse nesta segunda-feira que Teerã nunca cederá à pressão internacional para impedir o país de seu direito à tecnologia nuclear, afirmou a rádio estatal. "As autoridades iranianas não têm direito de privar a nação de seu direito", disse Khamenei durante a festa xiita do Eid al-Ghadir. O líder fez sua primeira aparição pública desde que começaram a circular boatos na internet, na quinta-feira, de que ele havia morrido. Na semana passada, o Irã negou os relatos. Khamenei tem palavra final sobre todos os assuntos de Estado na República Islâmica, incluindo sobre o impasse do país com o Ocidente sobre seu programa atômico. Para o aiatolá, o programa nuclear do Irã não é uma ameaça para os países do Oriente Médio. "Nossa tecnologia nuclear é uma conquista da região. Ela deve ser um motivo de honra para o Irã e para o mundo islâmico", disse enquanto a platéia gritava: "A tecnologia nuclear é um direito nosso." O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade, no dia 23 de dezembro, a imposição de sanções sobre a compra e venda de materiais e de tecnologia nucleares pelo Irã. A manobra visa induzir o país a interromper seu programa de enriquecimento de urânio, já que o material pode ser usado na fabricação de bombas nucleares. O presidente do Irã, Mahomud Ahmadinejad, chamou a resolução de "um pedaço de papel rasgado" e prometeu continuar avançando com o programa nuclear do país. O líder supremo afirmou ainda que as políticas dos EUA para a região haviam fracassado e convocou os países islâmicos a manterem-se unidos contra as "potências arrogantes". Khamenei atenta que "Os países da região deveriam ficar atentos para não caírem nessa perigosa armadilha dos EUA." Fluxo de petróleo em risco O vice-líder da milícia iraniana Basij, Majid Mirahmadi, avisou na segunda-feira que as pressões feitas sobre o Irã poderiam prejudicar o escoamento do petróleo pelo estreito de Ormuz, importante via marítima do golfo Pérsico. Segundo o comandante, "essa é a única via para o escoamento de cerca de 40 por cento da energia do mundo". Mirahmadi não disse como o escoamento do produto seria afetado, mas algumas autoridades iranianas já deram indícios de que o país, o quarto maior exportador de petróleo, poderia usar o combustível como arma no atual impasse com as potências ocidentais e qualquer ataque contra o Irã provocaria problemas para os EUA e Israel. Ampliado às 15:27

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