O Irã acredita que a atual ofensiva israelense contra o Líbano responde aos planos do Grande Oriente Médio traçado pelo atual Governo americano, disse nesta sexta-feira o influente presidente do Conselho de Determinação, Hashemi Rafsanjani. Rafsanjani, que pronunciou o sermão da sexta-feira em Teerã - considerado o termômetro político do Irã - afirmou que os ataques contra o Líbano se inscrevem dentro de "um plano satânico de Israel, EUA e possivelmente Inglaterra, que buscam algo mais que o desarmamento do Hezbollah". "Qualquer pessoa justa entenderá que estes eventos se explicam por um plano dos EUA e Israel, preparado semanas atrás, (pois) se não fosse assim (os israelenses) não poderiam entrar com rapidez em uma fase militar de tal envergadura", assinalou. Além disso, disse que não é possível que toda esta ofensiva tenha sido lançada apenas para a captura de dois soldados. Rafsanjani, presidente do Irã entre 1989 e 1997, criticou duramente as posições de alguns países árabes e islâmicos perante os casos do Líbano e dos palestinos, que qualificou de escândalo histórico. "Infelizmente a posição dos países árabes e islâmicos é muito fraca; nem sequer têm o trabalho de condenar o fato de que os muçulmanos estão sendo massacrados pelos infiéis", disse o clérigo, cujas palavras foram apoiadas com gritos de "Morte a Israel" e "Morte aos EUA" por parte da multidão. Os presentes ao sermão de sexta-feira fizeram uma manifestação, ao término do discurso, rumo à Praça da Palestina no centro de Teerã. Os manifestantes, que levavam bandeiras do Hisbolá, do Líbano e imagens do líder do movimento xiita libanês, Hassan Nasrallah, expressaram sua vontade de serem enviados ao Líbano para lutar junto ao Hezbollah.