Irã oferece visita a terreno de antiga instalação nuclear

Estratégia de Teerã é evitar denúncia ao Conselho de Segurança da ONU

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Por Agencia Estado
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Teerã ofereceu à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a possibilidade de inspecionar o terreno de uma antiga instalação nuclear suspeita de ter enriquecido urânio, dias antes de uma reunião crucial sobre a possível denúncia do Irã ao Conselho de Segurança da ONU. Fontes diplomáticas próximas à AIEA confirmaram à EFE, em Viena, a oferta feita pelo Irã, mas não quiseram comentar se a visita já aconteceu. O subdiretor da AIEA para Salvaguardas (controle), o finlandês Olli Heinonen, está desde quarta-feira passada em Teerã para se reunir com os responsáveis pelo programa nuclear do Irã. "A promessa de poder visitar Lavizan (nos arredores de Teerã) foi a condição para que Heinonen fizesse essa viagem", disse a fonte consultada na capital austríaca, sede da AIEA. Com base em imagens por satélite, os EUA denunciaram que o Irã derrubou - no início de 2004 - todos os edifícios desse complexo antes de poder ser investigado pela AIEA. O órgão nuclear da ONU quer obter mais amostras ambientais para determinar se houve experimentos com urânio enriquecido em Lavizan. O material pode ser usado em aplicações tanto civis como militares. A proposta do Irã vem a público pouco antes de uma reunião urgente do Conselho de Governadores da AIEA, que acontece na próxima quinta-feira, em Viena. Segundo diplomatas consultados pela EFE, Teerã tenta uma nova estratégia para evitar a denúncia ao Conselho de Segurança da ONU. Os EUA e a União Européia (UE) suspeitam que o Irã pretende usar seus conhecimentos nucleares para construir armamento atômico. No entanto, Teerã nega estas acusações e afirma que seu programa nuclear tem objetivos apenas pacíficos, como a geração de energia elétrica. Em setembro do ano passado, o Conselho de Governadores da AIEA - que tem 35 países - constatou que o Irã violara suas obrigações contraídas em acordos de salvaguarda (controle), e por isso, segundo o estatuto do órgão, deveria ser alvo de uma denúncia no Conselho de Segurança da ONU.

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