Irã protesta na ONU contra rejeição dos EUA em conceder visto a diplomata

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O Irã apresentou uma queixa a uma comissão da Organização das Nações Unidas nesta terça-feira sobre a recusa de Washington em conceder um visto para seu novo representante na ONU devido à sua suposta ligação com sequestradores, mesmo com os Estados Unidos mantendo-se firmes em sua decisão. Os EUA afirmaram no início deste mês que não concederão um visto para Hamid Abutalebi por causa de sua conexão com a crise dos reféns em Teerã, de 1979 a 1981, quando estudantes iranianos tomaram a embaixada norte-americana e fizeram 52 norte-americanos reféns por 444 dias. Abutalebi disse que agiu apenas como tradutor. "Até onde sabemos, este é um caso único envolvendo um representante permanente", disse a porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, nesta terça-feira. A Comissão da ONU sobre Relações com o País Anfitrião, que lida com questões de Estados operando nos EUA, tais como imigração, segurança, bancos e outras violações, reuniu-se nesta terça-feira a pedido do Irã para discutir o assunto. "O Irã e os Estados Unidos apresentaram seus pontos de vista", disse o embaixador do Chipre na ONU, Nicholas Emiliou, que preside a comissão composta por 19 membros. "Houve uma discussão... com a participação de sete outras delegações e o comitê decidiu continuar acompanhando o tema." Segundo diplomatas presentes na reunião, Belarus, Cuba, Coreia do Norte e Equador se pronunciaram em favor da queixa do Irã. De acordo com os diplomatas, os EUA disseram que levam a sério a responsabilidade de sediar a ONU, mas alegaram que tinham restrições quanto ao papel de Abutalebi na crise dos reféns e que seria intolerável ele receber uma proteção diplomática que ele negou a outros. Os EUA afirmaram à comissão que a sua posição de não conceder vistos para pessoas envolvidas na crise dos reféns de Teerã não era nova, segundo diplomatas. O presidente norte-americano, Barack Obama, esteve sob forte pressão para não permitir a entrada de Abutalebi no país para assumir sua posição. Ex-reféns se opuseram a Abutalebi e um Congresso normalmente dividido aprovou uma lei que proíbe sua entrada nos EUA. Essa legislação tornou-se lei na sexta-feira, com a sanção de Obama. A lei proíbe a entrada nos EUA de qualquer representante da ONU considerado suspeito de estar por trás de atos de terrorismo ou espionagem contra os EUA ou uma ameaça à segurança nacional norte-americana. O Irã não abriu mão de sua escolha, descrevendo Abutalebi como um diplomata experiente. Ele serviu como embaixador na Itália, Bélgica e Austrália e não é conhecido como um linha-dura ou por ter visões antiocidentais firmes. (Reportagem de Michelle Nichols)

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