11 de março de 2015 | 22h55
O Irã, que está tentando reverter suas leis sobre planejamento familiar, proibiu a realização de vasectomias e laqueaduras e restringiu o acesso a anticoncepcionais. A medida atraiu críticas de grupos de defesa dos direitos humanos, para quem ela transformará as mulheres em “máquinas de fazer bebês”.
O Parlamento iraniano está considerando adotar leis para aumentar a população. Mas a Anistia Internacional advertiu em um relatório publicado ontem que a proposta é errônea e, se aprovada, “vai fortalecer práticas discriminatórias” e colocar a saúde das mulheres em risco.
O Irã manteve um estrito programa de controle da natalidade durante duas décadas, que incluía o subsídio a vasectomias, preservativos gratuitos, contraceptivos baratos, assim como educação sexual no país todo. A nova lei vai pôr fim ao famoso slogan do país “duas crianças é suficiente.
A mudança ocorre após o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, criticar o planejamento familiar como uma imitação do estilo de vida do Ocidente e dizer que a população do Irã deveria dobrar.
A vice-diretora para Oriente Médio e África da Anistia Internacional, Hassiba Hadj Sahraoui, disse que as autoridades estão promovendo uma perigosa cultura na qual as mulheres serão privadas de seus principais direitos e vistas como máquinas de fazer bebês em vez de seres humanos com direitos fundamentais de fazer escolhas sobre seus corpos e vidas.
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