Irã repudia conciliação e reafirma enriquecimento de urânio

Uma proposta de resolução sobre o Irã está em debate entre as cinco nações com poder de veto no Conselho, além da Alemanha

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Por Agencia Estado
Atualização:

Potências internacionais estudam a hipótese de abandonar a discussão sobre a crise nuclear iraniana no Conselho de segurança da ONU - que poderá levar a República Islâmica a sofrer sanções - se Teerã concordar em suspender o enriquecimento de urânio, mas o chanceler iraniano, Manouchehr Mottaki, repudiou a idéia. Mottaki disse que seu país apóia a suspensão das discussões no Conselho, mas que não abrirá mão do enriquecimento, porque "suspender atividades nucleares contraria nossos direitos legítimos e não faz parte do TNP (Tratado de Não-Proliferação Nuclear). Uma proposta de resolução sobre o Irã está em debate entre as cinco nações com poder de veto no Conselho, além da Alemanha, e ainda poderá sofrer revisões antes que as seis potências se reúnam para aprová-la, disse um diplomata envolvido na questão, que pediu para não ser identificado. Da forma como o texto se encontra, a resolução decide que a comunidade internacional "concordará em suspender as discussões sobre o caso iraniano no Conselho de Segurança", se Teerã retomar as negociações em torno de seu programa nuclear, suspender o enriquecimento de urânio durante essas negociações e anular a proibição de inspeções intrusivas pela Agência Nacional de Energia Atômica (AIEA). O texto oferece ainda ajuda na construção de um reator de água leve no Irã e um suprimento garantido de combustível nuclear por até cinco anos, além de pedir que o Irã que concorde em transferir suas atividades de enriquecimento para a Rússia. Caso não haja cooperação, a resolução pede a anulação dos vistos de viagem; congelamento dos ativos; bloqueio das transações financeiras de figuras importantes do governo e dos envolvidos no programa nuclear; embargo de armas e outros produtos. A linguagem, apoiada por EUA, França e Grã-Bretanha, ainda é controversa, e o chefe da AIEA pedirá ao governo Bush que suavize sua pressão para uma decisão do Conselho de Segurança.

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