TEERÃ - O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, alertou os Estados Unidos e Israel nesta quinta-feira, 10, para que não lancem ataques militares contra as instalações nucleares iranianas, argumentando que tal ação seria respondida com "punhos de ferro", segundo informações da televisão estatal.
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As tensões sobre o programa nuclear iraniano voltaram a ganhar a atenção da comunidade internacional n terça-feira, quando a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou um relatório afirmando que Teerã estava de fato trabalhando no desenvolvimento de armas atômicas.
Além disso, o governo israelense especulou a possibilidade de conduzir ataques contra as instalações nucleares iranianas. O teor do relatório também aumentou a pressão sobre os Estados Unidos para que tomem medidas contra do desenvolvimento atômico iraniano.
Nos mais agressivos comentários feitos pelas autoridades iranianas até agora, Khamenei, a mais poderosa figura do Irã, afirmou que a República Islâmica retaliaria qualquer ataque das "nações inimigas", mas acrescentou que o objetivo de Teerã não é dar início a uma "guerra sangrenta".
"Nossos inimigos, particularmente o regime sionista, a América e seus aliados, devem saber que qualquer tipo de ameaça ou ataque, ou mesmo planos para qualquer ação militar serão respondidos com firmeza. A Guarda Revolucionária, o Exército e nossa nação vão responder aos ataques com punhos de ferro", disse o aiatolá na televisão estatal.
Israel, que o Irã se recusa a reconhecer como Estado, e os Estados Unidos afirmam que consideram todas as possibilidades para deter o programa nuclear iraniano, inclusive ações militares, caso os meios diplomáticos não se mostrem eficazes. Os israelenses afirmam que Teerã e seu projeto atômico são "uma ameaça à paz no mundo".
As potências ocidentais acusam o Irã de manter bases de enriquecimento de urânio para a fabricação de armas atômicas, mas Teerã nega e afirma que seu programa nuclear é pacífico. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) já impôs quatro rodadas de sanções ao Irã, e países ocidentais afirmam que podem acionar o órgão novamente após o relatório.