Irã responderia a eventual ataque dos EUA, diz agência

Subdiretor da agência nuclear do país afirma que Washington não tem condições de atacar Teerã pois os americanos estão moito envolvidos no Iraque e Afeganistão

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Por Agencia Estado
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O Irã responderia a um eventual ataque militar norte-americano ao seu programa nuclear, disse nesta quarta-feira, 14, uma importante autoridade do país à agência oficial de notícias Irna. "Naturalmente uma ação militar terá uma resposta militar", disse o negociador-chefe Ali Larijani, questionado sobre a eventual reação iraniana a um ataque dos EUA. "Nossa resposta será apropriada." A ameaça de resposta aparece um dia depois de os líderes democratas do Congresso americano decidirem não parar de investir contra a política militar de George W. Bush para o Iraque, para que não haja possibilidades de ofensiva contra o Irã. Na semana passada, Mohammad Saeedi, subdiretor da Agência de Energia Atômica do Irã, afirmou que os Estados Unidos não estão em condições de lançar um ataque militar ao Irã porque suas Forças Armadas estão envolvidas no Iraque e no Afeganistão. "Os Estados Unidos não estão em posição (em que) possam atacar o Irã" disse. "Achamos que os EUA deveriam resolver a situação do Iraque, e o mesmo (no) Afeganistão, e daí pensar em outras questões." Conflito com o Ocidente O Irã está envolvido em uma crescente disputa com o Ocidente devido ao seu programa nuclear, que Washington e outros suspeitam ser um disfarce para planos de construir armas atômicas, acusação que Teerã nega. As seis principais potências - Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China - consideram endurecer as sanções contra o Irã por se recusar a suspender o enriquecimento de urânio, que pode ser usado tanto para a construção de bombas como para fins pacíficos. Na semana passada, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, revelou, no último domingo, a vontade do governo em apresentar ao Conselho de Segurança da ONU os planos de seu programa. "O presidente do Irã planeja falar em um possível encontro do Conselho de Segurança sobre o programa nuclear iraniano para defender o direito da nação de usar a tecnologia nuclear pacífica", disse o porta-voz do governo, Gholamhossein Elham, sem dar mais detalhe, de acordo com a TV estatal. A nova resolução deve endurecer as sanções comerciais ao país. Enquanto a primeira restringia os negócios envolvendo materiais nucleares e tecnologia e congelou bens de iranianos, grupos e empresas. Já as novas medidas devem englobar desde um embargo à exportação de armas convencionais iranianas até a proibição a novos compromissos para empréstimos do governo. Washington garante estar buscando uma solução diplomática, mas não descarta uma ação militar como último recurso. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaça atacar interesses regionais dos EUA caso o país seja agredido.

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