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Irã suspenderá ajuda ao Iraque se EUA não soltarem detidos

Cinco funcionários iranianos foram detidos em janeiro pelo exército dos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, advertiu neste domingo, 8, ao governo de Bagdá que a ajuda de do Irã ao Iraque pode "ser afetada" caso os cinco funcionários de Teerã, detidos pelos Estados Unidos em janeiro no Curdistão iraquiano, não sejam libertados. Em declarações à televisão estatal iraniana, Mottaki afirmou que enviou cartas ao Conselho de Segurança da ONU e a seu secretário-geral, Ban Ki-Moon, pedindo que "acompanhem seriamente" o caso de seus funcionários detidos pelos EUA no país árabe. "Enviei uma mensagem ao ministro do Exteriores iraquiano e a outros funcionários do governo lembrando que seus esforços para a liberação dos diplomatas iranianos não tiveram efeito e reforcei que, se as condições atuais perdurem, a ajuda do Irã ao Iraque será afetada", afirmou Mottaki. O ministro ressaltou que seu governo "está decidido" a conseguir a libertação dos cinco funcionários "seqüestrados" e explicou que pediu ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral da ONU que "acompanhe de maneira séria" o caso. "Se compararmos casos diferentes, podemos comprovar que o Conselho de Segurança da ONU intervém em alguns que não fazem parte de suas obrigações, enquanto em outros, como o seqüestro dos diplomatas iranianos por forças dos Estados Unidos, se abstém de tomar uma posição devido às pressões das grandes potências", afirmou o ministro. O ministro fez referência explícita à crise desencadeada depois da prisão de 15 marinheiros britânicos que teriam invadido as águas iranianas. O Conselho de Segurança se pronunciou no último dia 29 de março a favor do governo britânico para a libertação dos marinheiros detidos pelo Irã. Captura No dia 11 de janeiro, as forças americanas capturaram, em uma operação militar, cinco funcionários do consulado do Irã em Erbil e, desde então, não deu notícia sobre eles. O governo dos Estados Unidos afirma que os funcionários detidos são membros da organização Guardiães da Revolução do Irã e os acusa de colaborar com as forças insurgentes no Iraque e preparar "atos terroristas". O governo de Teerã negou várias vezes a versão dos americanos e exigiu a liberação de seus funcionários, que seriam diplomatas. Pouco antes do presidente iraniano anunciar, na última quarta-feira, 4, a liberação dos marinheiros britânicos, os Estados Unidos anunciou que permitiria que representantes iranianos visitassem os cinco detidos no Iraque, mesmo que até o momento, segundo Teerã, a visita ainda não foi realizada. Texto atualizado às 15h16 para acréscimo de informações.

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