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Irã tem semanas, e não meses, para aceitar proposta, diz França

Caso o Irã rejeite a oferta, haverá "nova dinâmica" no Conselho, com os iranianos "totalmente isolados" e os seis países, incluindo Rússia e China, "unidos"

Por Agencia Estado
Atualização:

O Irã tem "semanas, e não meses" para aceitar a proposta francesa de negociação na disputa sobre seu programa nuclear, disse domingo o ministro do Exterior da França, Philippe Douste-Blazy. A proposta prevê que durante as negociações, o Irã suspenda seu programa de enriquecimento de urânio, e, em troca, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha abririam mão de adotar sanções contra o país. Caso o Irã rejeite a oferta, haverá "uma nova dinâmica" no Conselho de Segurança, com os iranianos "totalmente isolados" e os seis países, incluindo Rússia e China, "unidos", advertiu Douste-Blazy. Douste-Blazy não quis revelar o prazo dado ao Irã. O alto representante europeu de política externa e de segurança comum, Javier Solana, tem reunião prevista com o negociador nuclear do Irã, Ali Larijani, para esta semana. Os EUA deram aos europeus um prazo até o início de outubro para obter resultados, antes de apresentar no Conselho de Segurança seu pedido de sanções contra o Irã. Fontes diplomáticas indicaram que representantes diplomáticos envolvidos no conflito discutiram na última sexta-feira possíveis sanções, que impõem um embargo sobre financiamento, transferência de tecnologia e serviços, além da negação de vistos a cientistas iranianos. "Acho que estamos chegando ao momento da verdade", advertiu hoje Douste-Blazy. "Há um ano que tentamos chegar a uma solução negociada, que dizemos (ao Irã) que deve parar com suas atividades de enriquecimento de urânio e começar a negociar", disse. O contato agora está "estabelecido" entre Larijani e Solana, "o único negociador por parte da comunidade internacional". O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins civis, enquanto que os Estados Unidos e outros países suspeitam que o país deseja produzir armas nucleares. Após indicar que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse hoje que está disposto "a conversar e negociar", Douste-Blazy disse que espera que o país saiba "conservar a razão, e não queira isolar-se". O Conselho de Segurança da ONU tinha dado ao Irã um prazo até o dia 31 de agosto para suspender o enriquecimento de urânio, sob pena de sanções.

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