Irã vê "fim da via diplomática" caso país seja levado à ONU

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Por Agencia Estado
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O vice-presidente iraniano e também diretor do Organismo de Energia Atômica do Irã, Gholamreza Aghazade, considerou nesta terça-feira que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da ONU "não têm bases legais" para levar o Irã a esse órgão devido a suas atividades nucleares. Teerã insiste que seu programa nuclear tem apenas fins civis, como gerar energia elétrica, mas os Estados Unidos e a União Européia (UE) acreditam que o Irã quer construir armas atômicas. O Irã advertiu nesta terça-feira que o envio do caso nuclear de seu país ao Conselho de Segurança marcaria o "fim da via diplomática", e reiterou que Teerã está disposto a manter o diálogo com a União Européia. O regime dos aiatolás desafiou há várias semanas a comunidade internacional, ao romper o lacre da ONU de algumas de suas usinas nucleares para retomar seus programas de pesquisa e desenvolvimento. Segundo a televisão estatal iraniana, esta postura foi expressa pelo diretor do Conselho de Segurança Nacional do Irã, Ali Lariyani, em alusão à decisão dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, Alemanha e UE de levar o caso nuclear iraniano ao CS. Teerã disse em várias ocasiões que deixará de colaborar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se essa medida for tomada. O governo de Londres considera que a decisão de Teerã representa uma violação das resoluções da AIEA e do acordo de Paris, que o Irã assinou com Reino Unido, França e Alemanha em 2004, e no qual se comprometia a suspender suas atividades de conversão de urânio. No último dia 12, Jack Straw e seus colegas da França, Philippe Douste-Blazy, e Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, assim como o alto representante de Política Externa e de Segurança da UE, Javier Solana, se reuniram em Berlim para analisar a decisão iraniana de retomar seu programa nuclear, e pediram uma reunião de emergência da AIEA para discutir o assunto.

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