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Irã volta à mesa de negociações sobre seu programa nuclear

Negociadores buscam 'diálogo construtivo', mas não esperam grandes avanços nas reuniões

Atualização:

ISTAMBUL - O Irã volta nesta sexta-feira, 21, à mesa de negociações sobre seu polêmico programa nuclear em reuniões na Turquia com um grupo de grandes potências mundiais.

 

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Negociadores de China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e EUA - o chamado grupo 5+1 - se encontram com funcionários iranianos nesta sexta e no sábado em um palácio às margens do estreito de Bósforo, em Isrambul. Representantes dos países dizem buscar o estabelecimento de um "processo construtivo" no diálogo com o Irã, mas não esperam grandes avanços no diálogo nestes dois dias. A Organização das Nações Unidas (ONU) impôs nos últimos anos quatro rodadas de sanções ao Irã, acusado de não declarar totalmente seu programa nuclear. As grandes potências ocidentais suspeitam que o Irã pretenda construir armas nucleares, o que Teerã nega. O Irã insiste que seu programa de enriquecimento de urânio é pacífico e segue as normas internacionais. Antes do início das reuniões, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, disse que não são esperados grandes avanços nas negociações. "Mas esperamos ver emergir um processo construtivo, que leve o Irã a se engajar com a comunidade internacional em um processo digno de confiança e a responder às preocupações da comunidade internacional sobre seu programa nuclear", afirmou. Sem resultados O correspondente da BBC para o Irã, James Reynolds, observa que nos últimos anos as negociações sobre o programa nuclear iraniano não vêm obtendo resultados concretos. Por causa disso, os diplomatas das potências sugerem ter estabelecido apenas um objetivo imediato para esta rodada de negociações. Eles querem persuadir o Irã a começar a se livrar de seu estoque de urânio com baixo grau de enriquecimento - um estoque estimado em cerca de três toneladas. Com mais enriquecimento, esse urânio seria suficiente para a construção de várias armas nucleares. Autoridades iranianas sugerem que o país está disposto a se desfazer de parte de seu estoque, mas para os negociadores das grandes potências "uma parte" não é suficiente, observa o correspondente da BBC. Eles querem que o Irã se desfaça da maior parte de seu estoque para garantir que não haja urânio enriquecido suficiente no Irã mesmo para a construção de uma única bomba. Em um esforço para alcançar isso, há relatos de que os negociadores estariam tentando retomar uma antiga oferta ao Irã para troca de combustível nuclear. Sob esse acordo, o Irã entregaria uma quantidade acertada de seu urânio com baixo grau de enriquecimento e em troca receberia combustível para seu reator de pesquisas em Teerã. Uma primeira versão do acordo havia sido acertada em outubro de 2009, mas ele foi abandonado pouco depois. Em maio de 2010, o Brasil e a Turquia acertaram com o Irã uma nova versão do acordo, mas ele foi rejeitado pelos EUA e seus aliados.

 

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