Iraque contabilizou quase 23 mil mortes em 2006

Segundo dados atribuídos pelo Washington Post ao Ministério da Saúde, mais de 17 mil civis e policiais foram mortos somente no segundo semestre do ano passado

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Por Agencia Estado
Atualização:

A violência causou a morte de 22.950 civis e policiais iraquianos em 2006, informou nesta segunda-feira o Washington Post. De acordo com a reportagem, mais de 17 mil morreram somente no segundo semestre do ano passado. O Ministério da Saúde do Iraque admitiu que houve um aumento no número de vítimas, mas não confirmou os dados divulgados pelo jornal. De acordo com a reportagem, as informações publicadas teriam sido entregues ao jornal por um funcionário do próprio Ministério da Saúde iraquiano. Esses números dão conta de que as mortes triplicaram do primeiro para o segundo semestre, uma tendência antecipada por outras estatísticas, em um país onde dados são escassos e têm sua divulgação proibida. "Não sei especificamente o número, mas ouvi dizer que houve um aumento no número de vítimas", disse o vice-ministro Hakim al-Zamily. De acordo com os dados atribuídos pelo Washington Post ao ministério, houve 5.640 mortes violentas no primeiro semestre e 17.310 no segundo, contando apenas civis e policiais. O funcionário que forneceu os dados ao jornal disse que eles são preliminares e ainda podem subir. Diante da sua incapacidade em conter a violência, o governo deixou de divulgar os dados relativos a ela, razão pela qual todas as estatísticas de vítimas são polêmicas no Iraque. O governo dos Estados Unidos só divulga estatísticas sobre a morte de seus soldados - já foram mais de 3 mil em quase quatro anos de guerra. No começo do mês, fontes do Ministério do Interior do Iraque disseram que houve 12.320 civis mortos em 2006. Além disso, o ministério informou a morte de 1.231 policiais, 602 soldados iraquianos e 2.122 "terroristas". Essas cifras são consideradas parciais, apenas um indicativo de tendências. Elas também indicam um forte aumento da violência ao longo de 2006 - as 1.930 vítimas fatais civis de dezembro equivalem a três vezes e meia as 548 de janeiro do ano passado, mês anterior à explosão da violência entre xiitas e sunitas, devido ao ataque contra uma mesquita em Samarra. A última estatística da Organização das Nações Unidas (ONU), de 3.700 civis mortos em outubro, foi feita com base em dados do Ministério da Saúde e do IML de Bagdá. O governo iraquiano considerou o número exagerado. Também nos relatos de repórteres da Reuters - que ficam sabendo apenas de uma parte das mortes - o número mais do que triplicou ao longo de 2006: foram 426 mortes de civis noticiadas em janeiro, o que saltaria para 1.178 em outubro, 1.706 em novembro e 1.571 em dezembro.

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