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Iraque dá início antecipado às eleições provinciais marcadas para sábado

Por REUTERS E AFP
Atualização:

A três dias da eleição provincial - a primeira no Iraque desde 2005 -, a maioria dos 617 mil prisioneiros, militares e policiais iraquianos foram antecipadamente às urnas ontem para eleger os membros dos conselhos provinciais. Apesar de diversos incidentes menores, o dia foi considerado tranquilo pelo governo. A votação antecipada pretende garantir que todo o efetivo policial e militar iraquiano esteja disponível para o esquema de segurança que será armado no sábado, quando os 15 milhões de eleitores irão às urnas. Na última votação, há quatro anos, problemas logísticos e a falta de segurança geraram acusações de fraude. A eleição de ontem marcou o retorno dos sunitas à política depois do boicote às eleições de 2005, que abriu caminho para o crescimento da participação de xiitas e curdos. Estas eleições também são as primeiras desde o fim do mandato da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as Forças de Coalizão presentes no Iraque. Desde 1º de janeiro, os iraquianos são responsáveis pelo controle da segurança no país. A votação também coincide com a diminuição progressiva da presença militar americana no Iraque, iniciada pelo ex-presidente George W. Bush. Este ano, 14.431 candidatos disputam 440 vagas nos conselhos locais. Os eleitos terão o direito de designar posteriormente os governadores das províncias. Os resultados serão divulgados no dia 3 de fevereiro, segundo o Conselho Eleitoral. "O que nos deixa felizes são os preparativos que vimos hoje, uma bofetada na cara daqueles que apostam que os iraquianos não irão às urnas porque estão desesperados", disse o primeiro-ministro Nuri al-Maliki. O governo registrou presença de 85% dos eleitores que deveriam comparecer à jornada antecipada de ontem. Além de prisioneiros, militares e policiais, eleitores doentes e deslocados pela guerra também votaram. "Não sei em quem votar, mas um xeque escreveu esse número na minha mão e eu votarei por esse número", disse à agência de notícias Reuters um prisioneiro de uniforme abóbora num presídio de Bassora, terceira maior cidade iraquiana. Em Tuz Jurmatu, 180 quilômetros ao norte de Bagdá, dois policiais que vigiavam um local de votação foram mortos por disparos de homens não identificados. Em Bassora, guardas agrediram quatro jornalistas e destruíram três câmeras fotográficas para evitar que os repórteres registrassem imagens dos prisioneiros.

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