BAGDÁ - O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul Mahdi, condenou na última segunda-feira, 30, os ataques aéreos dos Estados Unidos contra bases de uma milícia do Iraque apoiada pelo Irã, em uma medida que pode mergulhar o país no centro de um conflito entre Washington e Teerã.
Militares norte-americanos realizaram ataques aéreos no domingo, 29, contra a milícia Kataib Hezbollah, em resposta ao assassinato de um civil norte-americano, durante um ataque com foguetes contra uma base militar iraquiana, disseram autoridades.
Fontes não identificadas do Iraque disseram que pelo menos 25 combatentes da milícia foram mortos e outros 55 ficaram feridos.
“O primeiro-ministro descreveu o ataque americano às forças armadas iraquianas como um atentado ameaçador e inaceitável, que terá consequências perigosas”, afirmou seu gabinete.
As tensões aumentaram entre Teerã e Washington, os dois principais aliados do Iraque, desde o ano passado, quando o presidente Donald Trump retirou-se de um acordo nuclear de 2015 e restabeleceu as sanções sobre o Irã.
No início deste mês, o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo, culpou forças apoiadas pelo Irã por ataques a bases no Iraque. Ele também disse que qualquer ataque do Teerã ou demais ações para prejudicar representantes norte-americanos e seus aliados, seria “respondida com uma resposta decisiva dos Estados Unidos”.
Autoridades dos EUA disseram que Washington tem demonstrado paciência em meio a crescentes provocações do Irã e de seus aliados, mas que era hora de restabelecer a dissuasão contra a agressão.
“Após tantos ataques, era importante que o presidente instruísse nossas forças armadas a responder de uma maneira que o regime iraniano entendesse”, disse o representante especial dos Estados Unidos para o Irã Brian Hook, em um comunicado à imprensa.
O Irã nega quaisquer envolvimentos em atentados às forças norte-americanas e condenou os atuais ataques como “terrorismo”.
“Esta alegação, sem qualquer evidência, não pode justificar o bombardeio e a morte de pessoas, em uma clara violação do direito internacional”, disse o porta-voz do governo iraniano Ali Rabiei./ REUTERS