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Iraque diz que EUA podem querer outro pretexto para atacar

Por Agencia Estado
Atualização:

Os inspetores de armas da ONU deveriam ser rápidos e honestos em seu trabalho uma vez que retornem ao Iraque, afirmou hoje o vice-primeiro-ministro iraquiano, Tariz Aziz, acrescentando que os Estados Unidos podem buscar um novo pretexto para atacar o Iraque apesar do recuo de Bagdá em relação às inspeções. A decisão do Iraque de permitir o retorno incondicional dos inspetores de armas da ONU depois de quatro anos de recusa seguiu-se a uma forte pressão de vizinhos árabes preocupados que uma guerra com os EUA poderia desestabilizar ainda mais a região. Nos primeiros comentários públicos desde o anúncio da decisão, Aziz questionou novamente se as acusações dos EUA e da Grã-Bretanha de que o Iraque tem armazenadas armas de destruição em massa são "uma preocupação legítima ou um pretexto". "Se os inspetores vierem e agirem com honestidade, profissionalmente... para buscar a verdade... eles podem encontrar a verdade num prazo razoável. Mas se os americanos estão usando isso como pretexto, eles podem usar alguma outra forma a fim de cometerem uma agressão contra o Iraque", disse Aziz a repórteres na abertura de uma "conferência de solidariedade" em Bagdá, que contou com a participação de parlamentares e delegados internacionais. Aziz pediu ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e nações integrantes do Conselho de Segurança junto com os EUA e a Grã-Bretanha para observarem atentamente os inspetores e garantir que eles não excedam seu mandato. O Iraque, acrescentou, espera que o retorno dos inspetores "leve o mais rápido possível à suspensão das sanções e à normalização da situação". Nas ruas de Bagdá, cidadãos comuns ecoaram o questionamento de Aziz sobre se a decisão do Iraque irá desarmar a crise. "Eles vão nos atacar, eles já disseram duvidar de nosso consentimento", afirmou o vendedor de livros Ahmed Noori, 48 anos. "Eles estão atrás do petróleo da região, não de armas". Jornais, rádios e a televisão iraquiana, controlados pelo governo, não informaram sobre a decisão em relação aos inspetores. Os iraquianos recorrem a rádios estrangeiras para saberem das notícias.

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