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Iraque: Embaixador dos EUA se reuniu com grupos sunitas

De acordo com New York Times, conversas começaram no início de 2006

Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador dos Estados Unidos no Iraque, Zalmay Khalilzad, se reuniu com representantes dos maiores grupos da insurgência sunita no ano passado, como ele mesmo reconheceu em entrevista publicada nesta segunda-feira, 26, pelo jornal The New York Times. "Houve discussões com representantes de vários grupos após as eleições e durante a formação do governo, antes do incidente de Samarra, e também depois", disse Khalilzad. O embaixador se referia às eleições de dezembro de 2005 e ao atentado que ocorreu em Samarra, em 22 de fevereiro de 2006, que deu origem a uma onda de violência religiosa que causou milhares de mortes no país. Khalilzad, que é o primeiro alto cargo americano a reconhecer publicamente a existência de tais conversas, segundo o jornal, deixará em breve o Iraque para se transformar em embaixador dos EUA na ONU e será substituído pelo até agora embaixador americano no Paquistão, Ryan Crocker. As reuniões com os insurgentes começaram no início de 2006 e representaram os primeiros contatos entre funcionários americanos no Iraque e a insurgência árabe sunita, segundo o New York Times. Jordânia O jornal explica que Khalilzad viajou à Jordânia para algumas conversas, das quais também participaram membros do Exército Islâmico do Iraque e das Brigadas da Revolução de 1920, duas facções nacionalistas, segundo funcionários americanos e iraquianos. O embaixador evitou dar detalhes das conversas, mas outras fontes citadas pelo jornal asseguram que os esforços tinham fracassado no fim de 2006, devido à violência que surgiu após o ataque da insurgência sunita ao santuário xiita de Samarra. O jornal explica que funcionários americanos tinham reconhecido em privado que tinham mantido algumas conversas com representantes dos insurgentes no segundo semestre de 2005. O embaixador também assegurou que o general George W. Casey, o principal responsável militar das tropas americanas no Iraque na época, interveio de algum modo nas conversas, mas não deu mais detalhes. Outras fontes disseram ao jornal que não sabiam de tal implicação.

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