Iraque já fala em incluir insurgentes no processo de paz

Ato de Sami al-Askari indica clara mudança de posição na política do governo

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Por Agencia Estado
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Sami al-Askari, um dos principais assessores do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, admitiu que o processo de reconciliação nacional deverá incluir os grupos armados que atuam no país, em uma clara mudança de posição na política do governo. Segundo a edição desta terça-feira, 24, do jornal iraquiano Al Sabh, Askari afirma que "a reconciliação inclui alguns daqueles que estiveram envolvidos em ações armadas". "O processo político tem como objetivo reunir todos os grupos que não fizeram parte dele no começo, inclusive os que participaram do conflito armado", disse o assessor. As declarações indicam uma importante mudança de posição no governo xiita de Maliki, que tinha insistido em que nunca permitiria que "assassinos de pessoas inocentes" participassem do processo. Askari não citou, no entanto, os nomes dos grupos armados que participariam da reconciliação nacional, abrindo as portas "a quem aceitar baixar as armas e participar do processo político". O assessor atribuiu ainda as divergências surgidas recentemente entre a organização Al-Qaeda e outros grupos insurgentes sunitas ao fato de que estas facções "descobriram" que aquela pretende "destruir o Iraque". O Estado Islâmico do Iraque, um dos grupos mais atuantes da insurgência sunita, revelou que há sérias divergências entre eles e Al-Qaeda, acusada de matar 309 de seus membros.

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