Iraque não responde ultimato da ONU

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do Iraque não respondeu claramente ao ultimato dado na sexta-feira pelo chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, para que comece a destruir a partir deste sábado todos os seus mísseis Al-Samoud-2. O alcance dessa arma supera em 33 quilômetros o limite de 150 quilômetros permitido ao país por resolução do Conselho de Segurança (CS), de 1991. Ao ser indagado sobre a ordem de Blix, o chanceler Naji Sabri desconversou e apenas disse que o problema deveria ser resolvido como parte da "cooperação em andamento". Ele não quis comentar o ultimato. Em Bagdá, porém, o diretor da empresa envolvida na fabricação dos Al-Salmoud-2O disse hoje que o cuprimento dessa exigência privará o Iraque de importantes meios de sua defesa justamente no momento em que o país está sendo ameaçado. O cumprimento de tal exigência será um teste da disposição do Iraque de obedecer ao CS. Se os mísseis não forem destruídos, EUA e Grã-Bretanha poderão usar isso como prova de que o país não está cooperando e pedir autorização para o uso da força. "Em primeiro lugar, a cooperação prossegue e os contatos serão feitos entre as autoridades iraquianas e as equipes de inspetores", disse Sabri em Kuala Lumpur, onde participa da Conferência do Movimento dos Países Não-Alinhados. "Todas as questões pendentes podem ser solucionadas entre as duas partes sem nenhuma pressão exercida sobre elas por certas potências." Em carta a Amir al-Saadi, conselheiro do presidente Saddam Hussein, Blix determinou a destruição de dezenas de mísseis e ogivas, seus motores e lançadores. Em Berlim, em entrevista à revista alemã Der Spiegel antecipada hoje, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, declarou que o Iraque está cooperando mais, e admitiu que poderá renunciar a seu cargo se o país for atacado à revelia do CS. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, reunia-se com o presidente americano, George W. Bush, no Texas, para discutir uma resolução da ONU autorizando o uso da força. Pesquisa divulgada em Madri revela que 84,7% dos espanhóis se opõem à guerra sem aval da ONU.

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