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Iraque nega interesse em armas nucleares

Por Agencia Estado
Atualização:

O Iraque não está tentando obter armas nucleares e não mantém "absolutamente" nenhum vínculo com a rede terrorista Al-Qaeda, de Osama bib Laden, insistiu hoje o vice-primeiro-ministro do país, Tareq Aziz, em declaração à rede de TV a cabo americana CNN. "Os Estados Unidos não deram nenhuma prova disso", disse Aziz, rebatendo acusações do vice-presidente americano, Dick Cheney, de que Bagdá tem um "programa agressivo para obter armas nucleares". A referência à rede Al-Qaeda também foi para refutar acusações de Cheney, feitas há cerca de dez dias, de que terroristas ligados a Bin Laden teriam encontrado refúgio no país. "Eu disse claramente dezenas, centenas de vezes que nosso sistema político e nossa ideologia política são opostos à ideologia e às práticas do Taleban e do grupo Al-Qaeda." Aziz está em Johannesburgo, participando da cúpula da Rio +10. "Essas acusações são infundadas e estão destinadas a confundir a opinião pública mundial para encontrar um pretexto para um ataque ao Iraque." A entrevista e várias viagens de altos funcionários iraquianos ao exterior são parte de uma ofensiva diplomática do presidente Saddam Hussein para obter apoio internacional contra um possível ataque dos EUA. Apesar desse empenho, Aziz não mostrou disposição do país de aceitar de volta os inspetores da ONU de armas de destruição em massa. "Tivemos uma experiência muito ruim nos anos 90. Os inspetores ficaram sete anos e meio no Iraque e não disseram ao Conselho de Segurança que seu trabalho tinha acabado. No fim, foram usados para o ataque ao Iraque em dezembro de 1998", disse Aziz, referindo-se aos bombardeios anglo-americanos, depois de Saddam expulsar os inspetores. Em Bagdá, o vice-presidente do Iraque, Taha Yassin Ramadan, negou hoje a possibilidade de o país selar uma aliança com o Irã e a Síria contra os EUA e acusou o governo iraniano de ser aliado de Israel. "Trabalhamos para a normalização de relações com o Irã porque somos vizinhos", acrescentou. As duas nações entraram em guerra de 1980 a 1988 e ainda não firmaram um acordo de paz. Como parte do esforço diplomático iraquiano, o chanceler Naji Sabri iniciou hoje visita à Rússia, que se opõe a um ataque ao Iraque, país do qual é antigo aliado. Depois, ele irá ao Cairo para uma reunião de chanceleres árabes.

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