Iraque tenta união com rebeldes para enfrentar Al-Qaeda

Insurgentes pedem, em negociação, que o governo retire os soldados das forças de segurança estrangeiras de Bagdá em troca da renúncia da violência

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma autoridade do Iraque disse nesta quinta-feira, 22, que o governo está negociando com alguns grupos insurgentes importantes e que podem estar próximos de uma união na luta para retirar a Al-Qaeda do Iraque. Saad Yousif al-Muttalibi, diretor de assuntos internacionais no Ministério de Diálogo Nacional e Reconciliação, disse que o objetivo das negociações é convencer os grupos a encerrarem a guerra de guerrilha contra o governo e ajudar a derrotar a Al-Qaeda. O diretor afirmou que as negociações com os grupos insurgentes começaram a pedido dos próprios rebeldes. Segundo al-Muttalibi, os terroristas defendem que abaixarão as armas quando for divulgado um cronograma de retirada das tropas estrangeiras. Em resposta, o governo iraquiano afirma que essa decisão só será tomada quando a segurança do país for restaurada. "Já estabelecemos ligações e contatos com grandes grupos insurgentes", disse Muttalibi em entrevista à BBC. "Um dos objetivos é trazê-los para a luta contra a Al-Qaeda. Já estamos quase lá, para juntarmos forças para atacar a Al-Qaeda e tirá-la do Iraque". O diretor se negou a revelar com quais grupos o governo estaria negociando, mas deixou claro que a Al-Qaeda e os setores leais ao ex-ditador Saddam Hussein não faziam parte do acordo. "Somente apareceram alguns membro do Baath, partido do qual fazia parte Saddam", disse. Não havia autoridades iraquianas disponíveis de imediato para falar sobre os comentários de Muttalibi. Os insurgentes têm apoio da minoria árabe sunita que dominava o Iraque durante o regime de Saddam Hussein. A Al-Qaeda, que tem líderes não-iraquianos, vêm enfrentando sunitas que são contra o grupo na província de Anbar, oeste do Iraque.

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