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Iraquianos se preparam para guerra contra os EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

A possibilidade de uma guerra com os Estados Unidos provocou a queda da moeda do Iraque, o dinar, e deu novos brios ao treinamento militar - que há anos faz parte da cultura desta nação autocrática -, mas a maioria dos iraquiano parece mais conformada do que assustada. Seu presidente, a quem Washington quer derrubar, se mostra desafiante. Em uma carta aberta a seus compatriotas, aos povos árabes e "a todos os homens livres do mundo", Saddam Hussein disse ontem que o Iraque pode derrotar qualquer inimigo. "Nossa vitória sobre os inimigos será conquistada no final, apesar de suas armas, planos e capacidade técnica", reitera Saddam. Em Bagdá, o professor Abdel Kareem Muhsin realizou um curso de manejo de armas e enviará seus filho adolescentes à escola militar. "Sei que as armas com as quais treinamos não se comparam com a tecnologia das armas americanas, mas nos sentimos preparados para tentar", disse Muhsin. A tensão reina em Bagdá, embora os sinais concretos de movimentação bélica sejam escassos. Desta vez, as pessoas não fugiram da capital como ocorreu há uma década durante a Guerra do Golfo. "Os americanos mudaram o objetivo de sua campanha contra o Iraque, que já não é mais o de destruir sua capacidade de produção de armas de destruição em grande escala, mas o de derrubar o presidente Saddam Hussein", disse Ahmed al-Mousawi, professor da Universidade de Bagdá. "Não sabemos qual será o seu próximo objetivo". Em busca de apoio internacional, o Iraque designou como chanceler, em abril de 2001, Naji Sabri, um ex-jornalista e vice-ministro de Informação, cuja flexibilidade e experiência o converteram em um dos melhores representantes diplomáticos do país. Sabri e o vice-primeiro-ministro Tariq Aziz vêm trabalhando na ONU para a retomada das inspeções de armas, mas sob as condições do Iraque: em troca do fim das sanções econômicas contra Bagdá e a restauração da soberania iraquiana sobre todo o seu território.

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