CAIRO - A Irmandade Muçulmana do Egito teve um recurso negado nesta quarta-feira, 6, contra uma decisão judicial que proíbe as atividades do grupo e confisca seus recursos, informaram fontes judiciais.
Em setembro, um tribunal ordenou o banimento da Irmandade, o mais antigo e influente grupo islâmico no Egito, após a deposição do presidente islâmico Mohamed Morsi pelos militares em 3 de julho, depois de grandes manifestações contra seu governo.
Na segunda-feira, Morsi desafiou a Justiça no Cairo ao reiterar sua legitimidade como presidente. Réu num processo por "incitação ao assassinato de manifestantes" durante protestos promovidos pela Irmandade em dezembro de 2012 - em favor da proposta de Constituição -, o islamista contestou a legalidade da corte.
O presidente deposto se recusou a usar uniforme de réu e compareceu à primeira audiência do julgamento vestindo terno e aparentando boa saúde. Isolado numa jaula e acompanhado de outros 14 membros da Irmandade, também acusados, Morsi falou aos juízes em tom de desafio. "Sou o presidente da república e esse tribunal é ilegal."
A polícia e as Forças Armadas do Egito já prenderam cerca de 2 mil militantes pró-Morsi desde a queda do regime. A maioria integrava a Irmandade Muçulmana ou o partido Justiça e Liberdade, braço político do movimento religioso. A existência das duas entidades foi proibida pelo governo interino, o que na prática significa que não poderão participar das futuras eleições, em data a ser fixada para 2014./ REUTERS