Isabel Allende pede julgamento de cúmplices de Pinochet

O juiz Baltasar Garzón assegurou à filha do ex-presidente chileno Salvador Allende que o processo por evasão de divisas contra a mulher de Pinochet continuará

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Por Agencia Estado
Atualização:

A deputada socialista chilena Isabel Allende, filha do ex-presidente Salvador Allende, disse nesta quarta-feira, após se reunir com o juiz espanhol Baltasar Garzón, que, apesar da morte do ex-ditador Augusto Pinochet, os julgamentos de seus "cúmplices" devem continuar. No caso do ex-ditador, os processos "obviamente têm que ser suspensos", disse Isabel. A deputada afirmou que, embora Pinochet "não tenha sido o executor, mais abaixo tinha que ter cúmplices que cumpriam as ordens, que estavam informados ou que colaboravam para que ocorressem os assassinatos que foram cometidos". Segundo a deputada, na reunião desta quarta com o juiz, Garzón assegurou a ela que o processo do banco americano Riggs por evasão de divisas contra a mulher do ex-ditador, Lucía Hiriart, e contra seu secretário, Oscar Aitken, "continuará". "Acho que seria incompreensível se, no final, desse em nada e a família de Pinochet ficasse com US$ 30 milhões", afirmou Allende, acrescentando que esse dinheiro é patrimônio público chileno e representa "uma vergonha para nossas instituições, para nosso Exército, e vergonha para o país". Isabel assegurou que, para ela, é uma "satisfação" poder se reunir com o juiz espanhol, já que, graças a ele, em 1998 ocorreu a detenção de Pinochet em Londres e foi aberto um processo contra o ex-ditador por terrorismo, genocídio e tortura.

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