Israel aceita criação de corredor humanitário no Líbano

Enquanto isso, centenas de estrangeiros, na grande maioria ocidentais, continuam deixando o país em navios especiais fretados pelas embaixadas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Israel concordou nesta quinta-feira em criar um corredor humanitário entre Beirute e Chipre. A zona de trânsito marítimo e aéreo permitirá a entrada de ajuda humanitária e a retirada de civis e poderá ser sobrevoada por helicópteros e navios de transporte com esse objetivo. Enquanto isso, centenas de estrangeiros, na grande maioria ocidentais, continuam deixando o Líbano em navios especiais fretados pelas embaixadas. A criação do corredor foi um dos principais pedidos da comunidade internacional dos últimos dias depois que os bombardeios de Israel provocaram o deslocamento de mais de meio milhão de libaneses, segundo a ONU. O Líbano necessita de ajuda humanitária urgente, principalmente no sul, onde falta comida, remédios e recursos para reparar os danos causados pela artilharia e aviação israelense, segundo o ministro do Interior libanês, Ahmed Fatfat. Dezenas de milhares de estrangeiros foram retirados do Líbano e o esforço internacional para resgatar seus cidadãos ganhou um novo ímpeto na quarta-feira com a chegada de um pequeno grupo de fuzileiros navais americanos pela primeira vez a Beirute em 20 anos. Os 40 marines foram enviados para ajudar nos esforços do governo americano para retirar cerca de 8 mil de seus cidadãos. Estima-se que haja cerca de 25 mil americanos no Líbano e há indicações de que muitos dos que querem partir só poderão fazer isso no fim de semana. Os barcos foram forçados a se enfileirar fora do porto de Beirute e tinham de esperar antes de atracar no porto de Larnaca, Chipre. Larnaca estava tão lotado que alguns navios tiveram de ser desviados para o porto cipriota de Limassol. Nesta quinta-feira, o navio militar USS Nashville retirou cerca de mil americanos do Líbano, enquanto o cruzeiro de luxo Orient Queen transferiu outras centenas para o Chipre. Os EUA informaram que deveriam retirar mais de 6 mil americanos até sábado. A Marinha americana disse que está considerando pedidos para retirar outros estrangeiros. Retirada O Canadá iniciou uma retirada em larga escala de cerca de 30 mil libanenses-canadenses que se registraram na embaixada em Beirute pedindo ajuda para sair. Cinco navios do Canadá esperavam para aportar em Beirute, enquanto que uma sexta embarcação chegava a Larnaca com 261 canadenses. Quase 2 mil franceses foram retirados do país por operações do governo. O porta-voz do ministério do Exterior da França, Jean-Baptiste Mattéi, afirmou que cerca de 8 mil cidadãos franceses contataram as autoridades para pedir sua retirada do Líbano. Nesta manhã, 140 franceses que foram retirados de helicóptero ou navio chegaram em Paris em um avião militar. Outros 900 devem chegar à França entre hoje e amanhã. Nesta quinta-feira, um terceiro grupo de cerca de 300 alemães chegou ao aeroporto de Dusseldorf, em um avião vindo de Damasco. O ministério do Exterior alemão se prepara pra transportar outros 2 mil cidadãos através da Síria ou da Turquia. O Marrocos retirará do Líbano cidadãos de vários países da África subsaariana, que pediram ajuda às autoridades marroquinas para serem repatriados. A repatriação dos marroquinos no Líbano começou no domingo passado e até o momento 240 cidadãos foram retirados em aviões militares C130. Brasileiros O chanceler do Brasil, Celso Amorim, pediu hoje à embaixadora de Israel no país garantias para retirar "com segurança" os cerca de 500 brasileiros no Líbano, informaram porta-vozes diplomáticos. Amorim se reuniu nesta sexta-feira com a embaixadora israelense em Brasília, Tzipora Rimon, para pedir-lhe "apoio e garantias" para facilitar a retirada dos brasileiros supreendidos pelos ataques que isolaram o Líbano, informou a Chancelaria. Após sua reunião com Amorim, a embaixadora israelense disse aos jornalistas que pedirá a seu a seu governo garantias para a retirada dos brasileiros. Até o momento, 500 brasileiros já pediram ajuda à embaixada do País em Beirute. Outros 100 o fizeram em Damasco, e 60 em Amã.

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