Israel afirma que vai agir contra foguetes de Gaza

Decisão foi tomada em reunião de emergência convocada pelo premier Olmert

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Por Agencia Estado
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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, decidiu nesta quarta-feira retomar as operações "pontuais" contra militantes palestinos que disparam foguetes a partir da Faixa de Gaza contra Israel. Em comunicado que parece descartar uma grande ofensiva militar, o gabinete de Olmert disse que "uma ordem foi dada para o setor de defesa adotar ação específica contra esquadrões de lançamento de foguetes". O chefe do governo israelense tomou essa decisão durante uma reunião realizada na manhã desta quarta-feira em Jerusalém com o titular da Defesa, Amir Peretz, da qual participaram o chefe do Estado-Maior, general Dan Halutz, e dos serviços de segurança interior, Yuval Diskin. O encontro, no qual foram estudadas as medidas que seriam adotadas após os últimos ataques, foi convocado depois que dois adolescentes ficaram feridos na noite desta terça-feira, em Sderot, ao serem atingidos por um foguete Qassam disparado de Gaza. As duas vítimas sofreram ferimentos nas pernas e uma delas se encontra em estado muito grave, embora sua vida não esteja em risco, disseram fontes médicas do hospital Brazilai, da cidade de Ashkelon. Por meio de um comunicado, a Jihad Islâmica assumiu o ataque e indicou que os mísseis foram uma resposta às agressões israelenses na Cisjordânia. O movimento Hamas, que governa os territórios palestinos, disse que "há risco de que a calma seja levada embora pelo vento" se Israel retomar o que o grupo islâmico chama de política de assassinatos. O titular da Defesa, assim como outros ministros e membros da segurança israelense, defendem o fim da política de contenção, frente aos constantes ataques. "Não podemos continuar nos contendo", disse Peretz a Olmert. "Não podemos permitir que a Jihad continue fazendo o que quer". Os ataques "pontuais" que devem ser retomados envolvem operações militares destinadas a abortar o lançamento de foguetes e também as ações contra milicianos que se dispõem a disparar ou que se encaminham para lançar um ataque, segundo informações da inteligência. Estas operações, realizadas pelas Forças Armadas, não requerem necessariamente uma aprovação prévia do governo, como acontece no caso dos chamados "assassinatos seletivos", cuja morte é considerada por Israel como parte da luta antiterrorista. Cerca de 30 foguetes Qassam foram disparados na última semana contra o Estado judeu, apesar do cessar-fogo firmado entre israelenses e palestinos em 26 de novembro. As milícias palestinas de Gaza justificam seus ataques contra Israel alegando que o Estado judeu continua com suas operações na Cisjordânia, onde a trégua não está em vigor.

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