Israel amplia bombardeios no Líbano e deixa 34 mortos; foguetes do Hezbollah matam ao menos 5

Em nova onda de bombardeios, Força Aérea faz primeiro ataque contra alvos no norte de Beirute

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Por Agencia Estado
Atualização:

Israel voltou a bombardear redutos do Hezbollah no sul da capital libanesa nesta sexta-feira e, em uma forte expansão de sua ofensiva no Líbano, destruiu estradas e pontes pela primeira vez nos bairros cristãos do norte da capital. Os ataques com aviões de guerra aconteceram durante o horário de rush da manhã, e o total de vítimas já chega a 34. Segundo um funcionário do alto escalão da ONU, há risco de que o "cordão umbilical" do Líbano com o mundo. Em território israelense, uma salva de foguetes lançados pela guerrilha libanesa deixou ao menos três mortos. Mais de 200 projéteis lançados pelos guerrilheiros atingiram Israel nesta sexta-feira. Quatro civis e um soldado libanês morreram e 10 pessoas ficaram feridas vítimas dos ataques israelenses contra pontes no norte de Beirute no início da manhã, informou a Cruz Vermelha. Outro soldado libanês e quatro civis também foram morto vítimas da ofensiva aérea israelense na região do aeroporto de Beirute e subúrbios do sul da capital. No interior do país, 28 fazendeiros morreram e outros 12 ficaram feridos depois que um míssil israelense atingiu uma casa de refrigeração próxima a fronteira com a Síria, segundo funcionários dos hospitais sírios para onde os mortos e feridos foram levados. Segundo funcionários libaneses, os fazeideros estavam em um campo em uma faixa pouco habitada na fronteira entre os dois países. Enquanto isso, 57 pessoas permaneciam soterradas nos vilarejos de Taibeh e Aita al-Shaab, no sul do Líbano. Não há confirmação sobre o número de mortos. 200 foguetes em Israel A ampliação dos bombardeios israelenses vieram depois de o Hezbollah lançar mais de 200 foguetes contra Israel. Um dos projéteis atingiu a cidade de Hadera, a 75 quilômetros da fronteira, no ataque mais ao sul do país desde o início das hostilidades. Na quarta-feira, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, ameaçou atacar Tel-Aviv caso Beirute voltasse a ser atacada. Hadera está a 50 quilômetros ao norte de Tel-Aviv. Supõem-se que o Hezbollah possui mísseis de maio alcance que poderiam atingir a cidade, a maior do país. Três árabes israelenses morreram vítimas dos ataques desta sexta-feira. Um dos foguetes atingiu a vila árabe de Mughar, próximo a cidade de Tiberias, matando uma mulher de 26 anos e ferindo seriamente uma segunda pessoa, informou a polícia. Mais tarde, foguetes atingiram as vilas árabes de Majdel Krum e Dir el-Assad, fazendo uma vítima em casa localidade. Ao menos outras quatro pessoas morreram em Kiryat Shemona, Safed e Kfar Horpash. O Hezbollah também anunciou ter matado vários soldados israelenses em duras batalhas nas cidades libanesas de Aita al-Shaab e Markaba, próximas a fronteira sul do país. O Exército israelense, no entanto, confirmou apenas a morte de três soldados, vítimas de um míssil anti-tanque lançado pelos guerrilheiros. Nesta sexta-feira, a polícia informou que mais de 2.400 foguetes e mísseis atingiram o território israelense desde o início das hostilidades, há 23 dias, destruindo propriedades e levando milhares de israelenses a procurarem abrigo em salas anti-bombas e bunkers. Esta é a maior ofensiva contra o Estado judeu desde sua criação, em 1948. Os embates começaram no último dia 12, depois que militantes do Hezbollah capturaram dois soldados israelenses e mataram outros três em uma operação na fronteira entre os dois países. Cerco a Beirute A destruição de quatro pontes da principal rodovia que liga o norte ao sul do Líbano e que dá acesso à Síria contribui para o isolamento do país em relação ao resto do mundo, uma vez que um bloqueio naval israelense, junto com ataques contra uma estrada que dá acesso à fronteira leste e a destruição parcial do aeroporto internacional do país, fechou os outros pontos de acesso. Segundo agências de direitos humanos, os ataques dificultarão a chegada de ajuda humanitária ao país. "Este é o cordão umbilical do Líbano", disse Christiane Berthiaume, do Programa Mundial contra a Fome. "Esta estrada era o único corredor para o envio de ajuda." Um comboio que iria levar suprimentos e agentes de resgate para Beirute está preso, disse ela, e times da ONU tiveram a permissão recusada para acessar os locais atingidos pelo bombardeio. Segundo o porta voz do Exército israelense Jacob Dallal, Israel atingiu as pontes para dificultar o envio de armas pela Síria ao Hezbollah. Para o presidente libanês, Emile Lahoud, Israel trava uma "guerra de fome" contra o Líbano. Matéria atualizada às 17h15

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