Israel anuncia morte de cinco palestinos

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Por Agencia Estado
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Ao mesmo tempo em que o diretor da CIA - o serviço secreto norte-americano -, George Tenet, se encontrava com autoridades palestinas hoje em Washington, fontes israelenses informaram sobre a morte de cinco palestinos em incidentes isolados na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Um porta-voz do Exército de Israel afirmou que soldados israelenses mataram a tiros um palestino armado com um fuzil que tentava burlar a vigilância num posto de controle de Karni, na Faixa de Gaza. Em Nablus, na Cisjordânia, tanques de Israel dispararam contra o veículo de um palestino de 55 anos, funcionário da prefeitura local, que se aproximou de um posto de controle israelense. Outros três palestinos morreram na Faixa de Gaza, depois de terem sido feridos em incidentes armados nos dias anteriores. Um deles, de 13 anos, foi baleado por soldados israelenses na cidade de Dir el-Balah quando estava no telhado de sua casa. Tenet reuniu-se hoje com o ministro de Interior da Autoridade Palestina (AP), Abdel Razak Yehiyeh, para discutir um plano de reforma e unificação dos serviços de inteligência palestinos que lhes capacite a impedir atentados contra Israel. Nabil Abu Rdeneh, assessor de Yasser Arafat, disse hoje que a delegação palestina em Washington comunicou ao governo Bush que as eleições - exigidas pelo governo norte-americano - não poderão ser realizadas enquanto Israel mantiver seus tanques nas áreas palestinas e submeter a população local a toques de recolher. "A estabilidade no Oriente Médio depende da criação de um Estado palestino e esperamos que as relações palestino-americanas continuem para benefício da estabilidade e da paz na região", declarou o assessor de Arafat. Em Jerusalém, Raanan Gissin, conselheiro do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse que a Autoridade Palestina não poderá promover eleições enquanto não reformar seus serviços de segurança e combater o terrorismo. "Eles não precisam de eleições. Antes de tudo, eles precisam acabar com o terrorismo. Você não pode ter eleições onde há terrorismo e corrupção", afirmou. Gissin acusou ainda a Autoridade Palestina de ser responsável por todas as "dificuldades" enfrentadas por seu povo e "pela destruição da infra-estrutura e da prosperidade na Cisjordânia e na Faixa de Gaza por meio de uma campanha de terror". Em Gaza, o patriarca cristão na Terra Santa, Michel Sabbah, encontrou-se hoje com o líder espiritual do grupo Hamas, xeque Ahmed Yasin, para pedir o fim dos ataques suicidas contra israelenses. Ainda neste sábado, Israel evitou a entrada na Cisjordânia de pacifistas norte-americanos que viajam ao lado de congressistas dos Estados Unidos numa missão observadora nos territórios palestinos e israelenses. Em Belém, cerca de 500 pacifistas israelenses foram barrados com violência por soldados de Israel quando tentaram se juntar a ativistas palestinos do outro lado da fronteira. Também hoje, uma israelense que ficou gravemente ferida no atentado contra a Universidade Hebraica de Jerusalém morreu após 11 dias de agonia, informou a rádio pública de Israel. Com a morte de Dafna Spruch, de 60 anos, subiu para oito o número de vítimas fatais no atentado.

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